Para o rei de Marrocos, Mohammed VI, a decisão do reino em restabelecer a União Africana (UA) não significa uma renúncia aos seus direitos no Sara Ocidental.
Para marcar o 17º aniversário do Dia do Trono, o Rei Mohammed VI fez um discurso transmitido pela televisão, em que abordou a delicada questão do Sara Ocidental. “A decisão de Marrocos para reintegrar a sua família institucional africana não significa de forma alguma a renúncia do reino a seus direitos legítimos ou reconhecimento de uma entidade fictícia desprovidos dos atributos mais básicos de soberania” declarou monarca, referindo-se ao Sara Ocidental, disputado entre Rabat e a Frente Polisário.
Rabat considera a antiga colónia espanhola anexada em 1975 como parte do seu território e sugere uma ampla autonomia sob a sua soberania. A Frente Polisário, apoiada pela Argélia, reclama um referendo para a autodeterminação.
Este discurso acontece quando, em meados de julho, Marrocos manifestou a sua disponibilidade para reintegrar a União Africana que abandonara em 1984, em protesto contra a admissão da República Árabe Saraui Democrática (RASD), proclamada pela Frente Polisário.
“Enquanto alguns têm tentado fazer de 2016 um ano decisivo, Marrocos, por sua vez, conseguiu fazer um ano de determinação relativamente à preservação da sua integridade territorial”, disse Mohammed VI, em referência ao recente conflito com a ONU, a propósito do secretário-geral, Ban Ki-moon.
Ban Ki-moon utilizara o termo “ocupação” do Sara Ocidental, fazendo alusão à presença marroquina no território, durante uma visita a um acampamento para refugiados sarauís em Tinduf na Argélia, em março. Em retaliação, Rabat expulsou a maioria dos membros civis da missão da ONU no Sara Ocidental (MINURSO).
Se Marrocos aceitou recentemente o regresso de um terço dos membros expulsos, o Conselho de Segurança pediu a continuação do envio gradual dos seus peritos, alegando que a MINURSO “ainda não atingiu a plena capacidade para funcionar”.
© e-Global/Conosaba
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Samuel