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segunda-feira, 3 de abril de 2017

PENSOS HIGIÉNICOS MADE IN UGANDA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


Rashida Nalukenge links und Catherine Nantume rechts basteln Binden (DW/S.Schlindwein)
Ponto a reter: Vaginas sem cérebro. A emancipação feminina aqui no Uganda é uma fraude. Temos muitas vaginas sentadas no Parlamento, mas ainda têm que provar que também têm cérebro".
 
Dos dois terços de alunos ugandeses que não completam a escolaridade, a maioria é meninas. Por um motivo que pode surpreender: a falta de pensos higiénicos. Mas o problema tem solução.
 
Quando começam a menstruar, as jovens não se atrevem a ir para a escola vários dias por mês, porque não têm dinheiro para comprar pensos higiénicos. Mas alunas que perdem muitos dias de aulas por mês arriscam-se a não conseguir passar nos exames no fim do ano.
 
A situação lançou um debate público no Uganda sobre pensos higiénicos e a sua contribuição para a igualdade de géneros. E como o Governo não toma qualquer iniciativa, cidadãos privados tentam colmatar a lacuna.
 
Um deles é o artista Sadat Nduhira, de 27 anos, que cresceu num bairro pobre e se lembra que a irmã perdeu muitos dias de escola por causa da menstruação. Agora Nduhira ensina as meninas a fazerem pensos higiénicos, a partir de toalhas velhas e algodão.
 
Na sala de aulas de uma escola primária, o artista explica às alunas adolescentes, porque é que o seu método é preferível aos panos geralmente usados: "Estes pensos podem ser deixados em água durante a noite e lavados de manhã. Secam ao sol e depois devem ser passados com um ferro muito quente para matar todas as bactérias".
 
Schuldirektorin Sarah Nakabira und Künsterl Sadat Nduhira (DW/S. Schlindwein)
O artista Sadat Nduhira (à direita) vai às escolas ensinar as alunas a fazer pensos higiénicos
 
Pensos de fabrico caseiro
 
No Uganda, um penso higiénico reutilizável custa o equivalente a cinco euros, o que representa uma verdadeira fortuna para muitas famílias pobres de Kampala. Segundo as Nações Unidas, uma em cada dez meninas ugandesas não frequenta a escola quando está menstruada, porque não tem pensos higiénicos ou tampões.
 
Era o caso de Catherine Nantume, de 14 anos, que tinha medo que os outros alunos vissem sangue na sua saia. Mas agora maneja com destreza a máquina de coser, observada pelas suas colegas. E conta: "Eu estava sempre a perder aulas, o que me deixava muito triste, porque ficava em casa sem fazer nada. Este projeto enche-me de felicidade. Aprendo a fazer pensos higiénicos. Fazemos muitos, que depois distribuímos gratuitamente noutras escolas".
 
A menstruação e os pensos higiénicos, em tempos temas tabus no Uganda, são hoje motivo de debate aceso nas redes sociais e no Parlamento.
 
No ano passado, durante a campanha eleitoral, o Presidente Yoweri Museveni prometeu distribuir gratuitamente pensos higiénicos nas escolas, o que lhe valeu muitos votos. Mas agora o Governo alega falta de verbas para cumprir o prometido.
 
Bekämpfung der Malaria in Uganda - Schüler (picture-alliance/dpa)
Muitas alunas no Uganda não vão à escola quando menstruam
 
Vaginas sem cérebro
 
Stella Nyanzi, a feminista mais conhecida no país, lançou uma campanha de angariação de fundos nas plataformas sociais na internet. Para Nyanzi, a "biologia é política". E tudo é uma questão de poder: "Nós vemos nos exames nacionais que as meninas pobres das zonas rurais têm sempre piores notas do que as colegas na cidade. Enfurece-me que o governo não cumpra o prometido. A emancipação feminina aqui no Uganda é uma fraude. Temos muitas vaginas sentadas no Parlamento, mas ainda têm que provar que também têm cérebro".
 
Nyanzi gosta de provocar. Numa campanha chamada "hashtag pensosparameninas” ataca as mulheres no poder, sobretudo a primeira-dama e ministra da Educação, Janet Museveni. O que já lhe valeu sérios dissabores com a polícia por alegados insultos ao Presidente. Mas apesar de correr o risco de ser presa, Nyanzi continua a lutar pelo direito de todas as meninas de frequentarem a escola.
 
Fonte: DW África

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Samuel

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