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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Políticos guineenses pedem fim das sanções e apontam os dedos ao PAIGC e CEDEAO.

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Victor Pereira, porta-voz do PRS

Milhares de pessoas solidarizaram-se com as personalidades sancionadas em Bissau
Algumas das 19 personalidades guineenses alvo de sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigiram neste domingo, 18, a anulaçao daquela medida em virtude de ter sido “encomendada por fascistas”.
O pedido foi feito num comício em frente à sede da organização regional em Bissau, em que participaram milhares de pessoas de vários pontos do país.
No evento, membros do chamado grupo dos 15 expulsos do PAIGC, o porta-voz do PRS, partido que integra o Governo cessante, e um membro do Executivo apontam o dedo ao presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e ao presidente da Assembleia Nacional, Cipriano Cassamá, e a próprio CEDEAO.
"Acordo de Conacri morreu"
Simões Pereira e Cassamá foram apontados como “fascistas” que encomendaram as sanções, com o objectivo de "entregar as riquezas" do país aos interesses estrangeiros, segundo Braima Camará, coordenador do grupo dos 15.
Para aquele deputado, aliás, o Acordo de Conacri "morreu" com a realização do congresso do PAIGC e garantiu que Augusto Olivais nunca será primeiro-ministro, como dizem vários subscritores do Acordo.
“O Acordo não foi cumprido pelo PAIGC que comprometera reintegrar todos os dirigentes expulsos. Domingos insistiu com a nomeação de Augusto Olivais para depois permitir o regresso dos dirigentes expulsos, mas isso nunca vai acontecer. Queremos deixar aqui uma coisa bem clara, a partir do dia em que o PAIGC realizou o seu congresso, então o Acordo de Conacri acabou! Se o PAIGC pretender implementar o Acordo de Conacri, então que anule o seu congresso”, sublinhou Camará.
Decapitação do PRS
Com as sanções, disse o cessante ministro do Coméricio, Vítor Mandinga, no comício, a CEDEAO pretende intimidar o Presidente José Mário Vaz.
Mandinga reiterou que elas foram encomendadas por Domingos Simões Pereira e "têm como alvo" o Chefe de Estado.
Por seu lado, a segunda força mais votada nas eleições de 2014 e que integrou os governos nomeados depois de 2015, Partido da Renovação Social (PRS), considerou que as sanções visam "decapitar a liderança do partido" visando as próximas eleições.
Esta ideia foi defendida num manifesto enviado por aquele partido à CEDEAO e lido no evento deste domingo pelo porta-voz do PRS.
Victor Pereira disse que as sanções "devem ser levantadas imediatamente" por serem "injustas, imparciais e infundadas”.
O líder parlamentar e vice-presidente daquele partido, Certôrio Biote, acusou a CEDEAO de querer calar a boca de alguns políticos para entregar a governação ao PAIGC.
“Vimos a forma como as pessoas formataram o congresso nos seus partidos e é assim também que querem formatar o problema da Guiné-Bissau, foi por isso que o povo saiu às ruas hoje para dizer basta à intriga dos políticos”, reiterou Biote, lembrando que o PRS jogou um papel de mediador ao longo desta crise, ao tentar procurar soluções viáveis para a saída da crise que assola o país há três anos.
No evento participaram milhares de pessoas provenientes de diferentes bairros da capital Bissau e do interior do país, que quiseram demostrar a sua solidariedade para com políticos e personalidades civis sancionados.

fonte: VOA

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Samuel

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