ANGOLA. O volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais angolanos sob reserva do Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou mais de 4% entre Fevereiro e Março, atingindo máximos históricos, devido às novas regras.
Segundo dados preliminares do BNA sobre o panorama monetário angolano, estas reservas obrigatórias subiram em Março para 1,159 biliões de kwanzas (4.290 milhões de euros), mas já entre Janeiro e Fevereiro tinham aumentado quase 3%.
Em Dezembro de 2017, o volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira cifrava-se em 1,090 biliões de kwanzas (5.850 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de Dezembro).
Os depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais angolanos atingiram em Março o valor mais alto do histórico disponibilizado pelo BNA.
Os bancos comerciais que operam em Angola são obrigados a informar regularmente o banco central sobre estas reservas, que envolvem depósitos e operações com títulos.
Em causa nestes dados estava a obrigatoriedade de os mais de 20 bancos comerciais que operam em Angola constituírem reservas sobre os depósitos à ordem do BNA, que fixou taxas de 15% do total em moeda estrangeira e 30% em moeda nacional.
Já em Dezembro de 2017, o banco central reduziu para 21% o coeficiente de reservas obrigatórias aplicadas a depósitos dos clientes dos bancos comerciais, em moeda nacional, uma das medidas com que pretendia travar a subida da inflação, que a um ano ronda os 25%.
Na denominada “reserva bancária” contavam-se no final de Março de 2018 depósitos obrigatórios em moeda estrangeira, que subiram para 154.498 milhões de kwanzas (572 milhões de euros), e em moeda nacional, que neste caso aumentaram, face a Fevereiro, para 739.499 milhões de kwanzas (2.739 milhões de euros), estando os restantes em regime de reserva livre.
Nos últimos cinco anos – período disponibilizado na análise do BNA -, o valor total mais baixo destas reservas bancárias registou-se em 2012, com 671.325 milhões de kwanzas (5.300 milhões de euros, ao câmbio de então).
Angola vive uma grave crise financeira e económica, decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, situação que se reflecte ainda na falta de divisas no país, o que dificulta nomeadamente as importações, provocando várias restrições na gestão de moeda estrangeira.
Lusa
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