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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

BRASIL: A Policia Militar Juliane era conhecida pelos amigos como 'garota sorriso'.

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    Natural de São Bernardo, Juliane dos Santos Duarte, de 27 anos, entrou na Polícia Militar em 2016. Era apaixonada por música, skate e videogame.

    A policial militar Juliane era conhecida como "garota sorriso"

    A policial militar Juliane era conhecida como "garota sorriso"

    Reprodução

    A fotografia que repousava sobre o caixão de Juliane dos Santos Duarte trazia a imagem pela qual costumava ser lembrada por todos os amigos: com sorriso largo e os olhos apertados. Entre os amigos mais próximos, ela era conhecida como "garota sorriso". 
    Aos 27 anos, a policial militar era conhecida pelo esforço e senso de responsabilidade entre os colegas da corporação. Quando não estava de farda, porém, ela preferia a diversão do skate e do videogame. "Ela estava sempre feliz, não tinha tempo ruim", diz Laisla Carvalho, 24 anos, ex-companheira de Juliane.
    Ambas se conheceram na época da adolescência. Juliane tinha 17 anos e trabalhava em uma rede de fast-food junto com uma prima de Laisla. Começaram então a se relacionar a partir de uma rede social. "Era aquela pessoa que se pode ligar às 3h da manhã que ela vai atender", afirma.
    O sonho de ser policial militar foi ganhando força aos poucos. "Ela sempre teve muita vontade de ajudar e proteger o próximo", afirma. Laisla e Juliane tinham por hábito conversar pelo WhatsApp. "Ela ia passar as férias em Santos", diz a ex-companheira sobre os planos de Juliane antes de ter sido assassinada em um bar de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
    Em abril deste ano, Juliane e Laisla se reencontraram pessoalmente. "Ela me contou que havia conseguido se tornar policial e que agora, de férias, queria curtir muito", diz Laisla. O descanso viria também para comemorar seu aniversário de 28 anos, segundo a ex-namorada, no dia 17 de agosto.
    Pensativa, Laisla mantém o olhar fixo em um lugar qualquer. "Não acredito que ela teria arriscado a vida por tão pouco", referindo-se ao celular que teria desaparecido e motivado uma briga no bar em que a policial estava com alguns amigos. 
    Infância e adolescência
    A primeira imagem de Juliane que vem à cabeça de Renata Fernandes, 29 anos, é de uma pessoa animada e carinhosa. "Ela gostava de estar sempre próxima da família, ela frequentava a minha casa e ficava horas conversando com a minha mãe", diz.
    Renata se define como uma espécie de "amiga-irmã" de Juliane. Ambas gostavam de ficar em casa para jogar videogame ou andar de skate. Juliane também apreciava dança e música. Uma das diversões da policial era sair para dançar ao som do ritmo sertanejo. "Ela fez aula de dança, dançava muito bem."
    A música era outra paixão de Juliane. "Ela tocava bongo e violão", diz Renata, com quem a policial fazia parceria para tocar músicas de forró. Ambas se conheceram ainda adolescentes, mas compartilharam por um tempo o mesmo plano de carreira. Chegaram a trabalhar juntas na Polícia Militar, mas Renata deixou a corporação em 2012 e Juliane seguiu adiante.
    Enquanto recorda momentos da adolescência, Renata, com lágrimas nos olhos, mostra no celular uma foto em que Juliane aparece em primeiro plano e Renata e uma terceira amiga em segundo plano. Todas com roupas esportivas sobre seus respectivos skates. No cabeçalho da foto, a data mostra que a lembrança já faz um ano. Renata guarda o celular e volta, cabisbaixa.
    Amigos e familiares de Juliane duranta o enterro da policial

    Amigos e familiares de Juliane duranta o enterro da policial

    Fabíola Perez/R7
    A policial responsável
    O sonho de proteger pessoas ao seu redor levou Juliane ao 3º Batalhão da Polícia Militar de São Paulo. Ela se acostumou rápido ao trabalho de atender ocorrências noturnas, que, segundo policiais, impõem riscos ao dia a dia do policial.
    "Ela era prestativa, solícita, companheira. Toda vez que pedíamos apoio, ela comparecia", afirma o tenente-coronel Márcio Nacho, a quem Juliane respondia no batalhão. "Ela tinha um histórico de ótimas ocorrências."
    De acordo com o tenente-coronel, a última atuação de Juliane foi em Americanópolis, zona sul de São Paulo, quando a policial aprendeu quantidades de cocaína, maconha e LSD. "Ela sempre teve um comportamento exemplar."
    Na despedida de Juliane, a mãe Cleusa dos Santos e os familiares mais próximos recebiam o apoio de colegas de trabalho e amigos de Juliane. Homenageada com o hino da corporação e uma salva de palmas, a "garota sorriso", como era conhecida, não gostava de flores, segundo amigos. Mas na tarde da terça-feira (7) teve o corpo coberto com oito coroas de rosas. "Abre os olhos, princesa", eram as últimas palavras de amigos sobre a imagem de Juliane.
    fonte: noticias.r7.com

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