Alan García se suicida com um tiro no momento em que policiais chegaram a sua casa para detê-lo, em Lima. Ele era investigado por supostamente ter recebido propina da empreiteira brasileira.
fonte: DW África
O ex-presidente do Peru Alan García se suicidou nesta quarta-feira (17/04), com um tiro na cabeça, no momento em que a polícia chegou a sua casa em Lima para prendê-lo. Ele era investigado por suspeita de ter recebido propina da Odebrecht, em meio a um escândalo de corrupção que abala a classe política peruana.
O político social-democrata – presidente do Peru entre 1985 e 1990 e entre 2006 e 2011 – chegou a ser encaminhado pela própria polícia ao hospital Casimiro Ulloa, na capital peruana. Ele foi submetido a uma cirurgia de emergência.
De acordo com o jornal El Comercio, a polícia chegou com uma ordem para entrar na residência de García por volta das 6h25 no horário local. Após entrarem, os agentes anunciaram a ordem de prisão.
O ex-presidente então pediu para subir até seu quarto para falar com advogados. Em seguida, os policiais ouviram o disparo. García havia disparado contra a própria cabeça.
Além de García, também foi ordenada a detenção de Luis Nava, secretário da presidência durante o governo do líder do Partido Aprista, e Miguel Atala, ambos colaboradores próximos do ex-presidente e apontados como seus testas-de-ferro.
A investigação contra García trata de supostos subornos pagos pela empreiteira brasileira Odebrecht, durante o segundo mandato na presidência. A situação legal de García se complicou depois que no domingo foi divulgado que a Odebrecht, em acordo de delação premiada com a Justiça peruana, revelou que Luis Nava e seu filho José Antonio receberam 4 milhões de dólares para a concessão do contrato de construção da linha do metrô.
Em novembro de 2018, García tentou sair do Peru e pediu asilo no Uruguai, mas sem sucesso.
Depois do Brasil, o Peru é um dos países mais afetados pelas propinas da Odebrecht, que admitiu ter pagado 29 milhões de dólares a três governos peruanos.
Também estão sendo investigados os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), que fugiu para os EUA e enfrenta um pedido de extradição, e Ollanta Humala (2011-2016), que responde em liberdade condicional. O ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou em março de 2018 após denúncias de corrupção, foi preso em 10 de abril de forma temporária.
Também nesta quarta-feira, Kuczynski, de 80 anos, foi hospitalizado após uma crise de pressão arterial.
PV/efe/afp/rtr
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