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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Sociedade civil quer "rutura" no sistema do poder na Argélia e mantém protestos na rua.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

Associações da sociedade civil argelina advertiram que rejeitarão uma transição política que tenha a pretensão de manter o sistema de poder das últimas décadas.
fonte: DW África
Algerien Protest gegen Präsident Abdelaziz Bouteflika in Algiers (Reuters/R. Boudina)
Este aviso, assinado por 21 organizações das mais diversas áreas (organizações de direitos humanos, sindicatos, associações de mulheres e de jovens), foi acompanhado por um apelo para novos protestos na próxima sexta-feira (05.04.) em defesa de uma "mudança democrática".
Depois de um mês de grandes manifestações que mobilizaram milhares de argelinos nas ruas, nomeadamente da capital, Argel, o país viveu esta quarta-feira (03.04.), pela primeira vez em 20 anos sem Abdlaziz Boutflika à frente dos destinos daquele país magrebino.
Observadores consideram que o dia de hoje foi vivido como uma primeira vitória da população argelina mas alertam que tudo isto é somente o início de um longo processo.
Todo o sistema deve abandonar o poder
Algerien Präsident Abdelaziz Bouteflika (picture-alliance/AP Photo/S. Djarboub)
Abdelaziz Bouteflika
Após o anúncio da demissão ontem (02.4.) à noite do Presidente Abdelaziz Bouteflika, os argelinos querem agora obter a saída do poder de todo o sistema que foi por ele liderado nessas duas últimas décadas. As reações nas ruas de Argel testemunham esse sentimento....
"Não queremos que Bensalah,  presidente do Conselho da Nação (a câmara alta do Parlamento), instalado por Bouteflika, fique na liderança do país, mesmo de forma transitória. Ele faz parte do clã  Bouteflika...Portanto ele deve partir. O povo no seu todo exige a criação de um Conselho de transição cuja tarefa seja a de instalar um Governo de tecnocratas com a missão de preparar em alguns meses eleições transparentes e livres que nada terão a ver com as eleições que fomos habituados a viver durante muitos anos, ou seja eleições truncadas e fraudulentas".
Segundo a Constituição argelina, a partir do momento que a renúncia de Bouteflika foi formalizada, o presidente do Conselho da Nação (a câmara alta do Parlamento), Abdelkader Bensalah, de 77 anos, passou a assegurar a Presidência interina durante um período máximo de 90 dias durante o qual serão organizadas eleições presidenciais.
Erneut Proteste in Algerien trotz Rücktrittsankündigung (picture-alliance/dpa/A. Belghoul)
Os ativistas argelinos acreditam que a manutenção de vários homens-chave do sistema, como é o caso de Abdelkader Bensalah ou do presidente do Conselho Constitucional Tayeb Belaiz, não vai garantir a realização de uma votação livre e justa.
Um outro cidadão afirma que "ainda não está tudo solucionado, embora tenha sido dado um grande passo em frente. A partir de agora a via para a construção de uma verdadeira transição está aberta...só falta as pessoas aceitarem a pesada responsabilidade de levar o país à transição. No será uma tarefa fácil, porque primeiro é necessário que todos estejam rapidamente de acordo sobre a forma de fazer esta transição. E nela é preciso que uma grande atenção seja dada à liberdade de imprensa, porque os media terão um papel importante em todo este processo.
Para quando as eleições ?
Entretanto, para Abdelmoumèn Khalil, secretário-geral da Liga Argelina para a Defesa dos Direitos do Homem (LADDH) "existe um claro consenso sobre a necessidade de ser instalada uma presidência, colegial ou pessoal e um governo de transição que seja independente dos partidos e sem representantes do sistema, cuja tarefa será de gerir um período de transição visando em seguida a instalação de uma comissão independente para a organização de eleições por um lado e por outro, dar início a um debate nacional sobre as etapas seguintes deste processo. Mas de qualquer das forma este debate já começou na medida em que alguns defendem a realização o mais rapidamente possível da eleição presidencial enquanto outros pensam que se deve caminhar em direção à eleição de uma Assembleia Constituinte que teria por missão elaborar a Constituição de um nova República"
 
Ouvir o áudio03:02

Sociedade civil quer "rutura" no sistema do poder na Argélia e mantém protestos na rua

Por seu turno, Brahim Oumansour, especialista em questões do Magreb no Instituto de Relações Internacionais Estratégicas afirma aos microfones da DW que "a maturidade política da população argelina imuniza em certa medida as manipulações do passado. Os argelinos não vão deixar ser manipulados ou marginalizados neste processo...E qualquer medida que for adotada no futuro e que provoque um sentimento de deceção poderá conduzir à radicalização de posições, algo que poderá ter consequências negativas para todo este processo..
Recorde-se, que Abdelaziz Bouteflika, terá feito tudo para se manter no poder face a um movimento popular inédito...mas finalmente teve que apresentar a sua demissão sob pressão da rua apoiada pelo exército.
Guterres espera "uma transição pacífica e democrática" 
UN-Klimakonferenz 2018 in Katowice, Polen | Antonio Guterres, UN-Generalsekretär (picture-alliance/NurPhoto/J. Arriens)
António Guterres
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou esta quarta-feira esperar que a Argélia viva "uma transição pacífica e democrática" após a renúncia do Presidente Abdelaziz Bouteflika, que durante 20 anos deteve o poder naquele país.
"O secretário-geral saúda a calma e o respeito demonstrado pelo povo argelino ao expressar o seu desejo de mudança", indicou um comunicado divulgado pela equipa de António Guterres, no mesmo dia em que o Conselho Constitucional da Argélia aceitou a renúncia de Bouteflika.
António Guterres "deseja uma transição pacífica e democrática que reflita os desejos do povo argelino", refere a mesma nota informativa, reafirmando "o compromisso contínuo das Nações Unidas de apoiar a Argélia no (seu) processo de transição democrática".

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Samuel

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