Lula está preso em regime fechado desde 7 de abril de 2018
Em carta, ex-presidente reitera inocência e afirma que não
troca sua dignidade pela liberdade. Mensagem foi escrita após força-tarefa da
Lava Jato solicitar que petista passe a cumprir pena no regime semiaberto.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta
segunda-feira (30/09) uma carta na qual afirma que não aceita
"barganhar" seus direitos em troca de liberdade e reitera sua
inocência. A mensagem foi divulgada dias depois que força-tarefa da Operação
Lava Jato em Curitiba pediu à Justiça que o petista vá para o regime semiaberto.
"Não troco minha dignidade pelaminha liberdade. Tudo o
que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao
povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que
fizeram à democracia, à Justiça e ao país", afirma Lula.
Na carta, o ex-presidente ressalta sua inocência, acusa os
procuradores da Lava Jato de contar mentiras e afirma que não aceita barganhar
sua liberdade. "Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e
por Sérgio Moro, cabe agora à Suprema Corte corrigiro que está errado, para que
haja Justiça independente e imparcial. Como é devido a todo cidadão",
acrescentou.
O ex-presidente afirma ainda que não descansará enquanto
"a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer".
Na sexta-feira, a força-tarefa pediu a progressão da pena de
Lula. O ex-presidente completou um sexto da pena a que foi condenado no caso do
tríplex no Guarujá, passando a ter o direito de progredir do regime fechado
para o semiaberto, onde o preso trabalha durante o dia, mas retorna a uma
unidade penitenciária durante a noite.
Lula está preso em regime fechado desde 7 de abril de 2018.
Ele foi condenado no caso do tríplex no Guarujá em primeira instância em 2017,
pelo então juiz Sergio Moro, e teve sua condenação confirmada em segunda
instância no ano seguinte. Ele começou a cumprir a pena em 7 de abril de 2018
na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso até hoje.
Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça manteve a
condenação, mas reduziu a pena original de 12 anos e um mês de prisão para 8
anos, 10 meses e 20 dias.
Na última segunda-feira, quando Lula passou a ter o direito
de requerer o semiaberto, sua defesa divulgou uma nota afirmando que não
pretendia apresentar um pedido para mudar de regime.
Nesta segunda-feira, o advogado do ex-presidente voltou a
afirmar que seu cliente não é obrigado a aceitar a progressão da pena.
"Lula hoje reafirmou a sua posição de que não aceita nenhuma barganha em
relação a sua liberdade", ressaltou Cristiano Zanin.
Além da condenação no caso do tríplex, Lula ainda tem uma
série de problemas legais.
Em fevereiro de 2019, o ex-presidente foi novamente
condenado, a 12 anos e 11 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro
na ação penal sobre reformas realizadas num sítio em Atibaia, no interior de
São Paulo. A condenação foi em primeira instância, e, portanto, a pena ainda
não está sendo cumprida.
CN/efe/ots
fonte: DW África
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