As forças de defesa da Etiópia tomaram o controlo de Tigray no sábado (28.11), informou o Governo
As comunicações foram parcialmente restabelecidas em Tigray, norte da Etiópia, após quatro semanas de conflito armado. A rede de telemóveis e internet, que tinha sido cortada a 4 de novembro, foi restabelecida em várias localidades de Tigray ocidental, que está sob o controlo do exército federal.
A região esteve privada de abastecimentos desde há quase um mês, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o exército federal para atacar as forças da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), o partido que governou a região e desafiou a sua autoridade.
Abiy Ahmed reivindicou a vitória no sábado (28.11), depois de as tropas governamentais terem anunciado a tomada da capital regional, Mekele. O presidente regional de Tigray, Debretsion Gebremichael, que prometeu continuar a luta contra "os invasores", disse que os confrontos continuavam esta terça-feira (01.12) perto de Mekele e da cidade de Wukro, 50 quilómetros a norte.
A União Europeia (UE) está a ponderar suspender o apoio orçamental à Etiópia devido ao conflito na região de Tigray, podendo adiar o desembolso de 90 milhões de euros previsto para este mês.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, Bruxelas pode adiar o financiamento devido ao impacto da violência nos direitos humanos. Qualquer decisão sobre a redução de financiamento de 13% do Orçamento do país pode prejudicar ainda mais as finanças públicas, já afetadas pela pandemia de Covid-19.
"Acesso urgente"
As Nações Unidas apelaram ao "acesso urgente" a esta região do norte da Etiópia, que está "desesperadamente necessitada" de ajuda humanitária.
Antes do conflito, cerca de 600 mil pessoas dependiam totalmente da ajuda alimentar e mais de um milhão de pessoas beneficiavam de uma "rede de segurança" alimentar, de acordo com o Gabinete de Coordenação Humanitária das Nações Unidas (OCHA).
Quatro semanas de luta forçaram cerca de 45 mil pessoas a fugir para o vizinho Sudão e deslocaram um número desconhecido de homens, mulheres e crianças dentro de Tigray.
"Estas populações deslocadas necessitam desesperadamente de assistência humanitária" e "o acesso às áreas afetadas é essencial para compreender quantas pessoas foram forçadas a fugir e onde se encontram", declarou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), "a preocupação cresce a cada hora" em relação aos quatro campos que durante anos abrigaram cerca de 96 mil refugiados eritreus em Tigray.
"Os campos devem agora ter falta de alimentos, o que torna a ameaça da fome e da desnutrição mais real", disse o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch. O Alto Comissariado "apela ao Governo etíope para (...) permitir o acesso dos trabalhadores humanitários aos que se encontram agora desesperadamente necessitados", acrescentou.
fonte: DW África
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel