Scholz, Baerbock e Laschet no último debate televisivo
Na Alemanha, a uma semana da eleições para o Bundestag [o Parlamento alemão], que vai decidir o sucessor da chanceler Angela Merkel, o candidato do Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão), Olaf Scholz, foi considerado o vencedor do terceiro e último debate televisivo antes da votação este domingo (19.09).
Segundo uma sondagem realizada logo após o debate, 42% dos telespectadores consideraram que Scholz foi o que teve melhor desempenho, seguindo-se o candidato da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão), Armin Laschet, com 27%, e finalmente Annalena Baerbock, candidata do Partido Verde, com 25%.
Durante uma hora e meia, os três principais candidatos discutiram temas como salário mínimo, clima, coronavírus e vacinação. Numa altura em que um em cada quatro eleitores ainda não decidiu em quem votar, os três candidatos sublinharam os seus compromissos para conquistar a preferência dos alemães que vão ás urnas no próximo domingo (26.09).
Salário mínimo
Scholz apontou a subida do salário mínimo, atualmente de 9,60 euros por hora, a modernização do país e a luta contra as alterações climáticas como as três prioridades do seu programa eleitoral. O candidato do SPD salientou eu defendo um salário mínimo de 12 euros, que seria introduzido imediatamente.
"Defendo que recebamos uma pensão estável e que tomemos todas as decisões necessárias no primeiro ano do novo Governo para assegurar que transformaremos as energias renováveis de modo a termos uma indústria moderna, com bons empregos e que funcione de forma neutra para o clima", afirma.
Baerbock a concordar com Scholz e a destacar as dificuldades das mães solteiras. O conservador Laschet posicionou-se do outro lado da trincheira, afirmando que o tema deveria ser decidido entre patrões e sindicatos.
Alterações climáticas
A discussão seguiu com as alterações climáticas, que muitos analistas veem como a potencial questão decisiva nesta eleição após as devastadoras inundações na Alemanha. Para a candidata dos Verdes, o próximo Governo Federal da Alemanha deverá ser "um Governo climático", depois de a pandemia da Covid-19 ter demonstrado que a Alemanha precisa de uma melhor preparação para lidar com os desafios do futuro.
"Defendo uma verdadeira mudança, sem meias medidas em relação à proteção do meio ambiente, uma política que finalmente coloque as crianças e as famílias no centro, e uma política externa orientada pelos direitos humanos no coração da Europa", disse Baerbock.
Já o candidato do partido de Merkel considerou que o crescimento económico deve ser a prioridade do próximo Executivo, sem aumento de impostos. A questão central é, de acordo com o conservador, "como conseguir atingir os desafios ambientais, mantendo simultaneamente empregos".
Possíveis coalizões
O SPD continua à frente das sondagens para as legislativas alemãs, mas, mesmo conseguindo uma vitória, é certo que não vai poder governar sozinho. As possíveis coligações foram discutidas no final do debate, com Laschet a afastar qualquer negociação com os extremos e a alertar para uma coligação entre SPD, Die Linke [A Esquerda] e o Partido Verde.
"Para nós, é claro que não entraremos numa coligação com A Esquerda, e não entraremos numa coligação nem falaremos com a Aternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão). E a verdadeira decisão que está em causa agora é: haverá uma aliança vermelho-vermelho-verde - muitas posições que ouvimos hoje são congruentes com A Esquerda - ou haverá um governo liderado pelos cidadãos. Essa é a decisão e é por isso que estou a lutar para que a CDU seja o partido mais forte".
Do lado do SPD, Scholz sublinhou que não rejeita uma coligação com A Esquerda, sublinhando que um cenário favorável seria uma união do seu partido com Os Verdes. Annalena Baerbock mostrou-se disponível para negociar com todos os partidos democráticos, acrescentando que vê a CDU na oposição durante os próximos quatro anos.
Os dois candidatos aproveitaram este último encontro na televisão para destacar as suas semelhanças programáticas, surgindo frequentemente alinhados, acenando para um acordo e pegando nos pontos um do outro.
fonte: DW África
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Samuel