A embaixadora Irene Gala, que já representou o Brasil na República do Congo, conta os motivos
Estudantes no primeiro dia de aula do ano, em Lagos, na Nigeria. 18/01/2021 Olukayode Jaiyeola/NurPhoto/Getty Images
Logo que a pandemia começou, a expectativa era de que a Covid-19 fosse fazer um estrago na África. Mas isso não aconteceu. O continente tem mais de 1 bilhão de habitantes e, segundo o acompanhamento da Reuters, o continente está relatando atualmente um milhão de novas infecções a cada 96 dias e registrou cerca de 5 milhões desde o início da pandemia. Foram 129 mil mortes. O Brasil com 210 milhões já tem mais de 450 mil mortos.
A embaixadora Irene Gala, que já foi representante do Brasil na República do Congo, contou ao Radar Econômico que, mesmo levando em conta que deve haver subnotificação, vários são os motivos que explicam esta baixa transmissão e número de mortes. A média de idade das pessoas é de 19 anos. A população é mais rural, menos urbana. Não tem metrô. Ônibus não é tradição. Não tem shoppings. Os pontos de aglomerações são mercados a céu aberto.
A economia é pouco globalizada e, portanto, com menos fluxo de estrangeiros. Além disso, os países passaram por surtos dramáticos de vírus como HIV e ebola e com isso criaram uma rede de segurança sanitária muito forte.
A África fechou todas as fronteiras e aeroportos assim que a pandemia começou. Os aeroportos já eram preparados para medir febre, fazer distanciamento, quando no Brasil mal se sabia o que fazer.
“A coesão social é muito grande. Se for dito às pessoas que elas precisam usar máscaras e fazer distanciamento social, elas vão fazer isso porque confiam nas mensagens”. As duas exceções, segundo Irene, foram justamente países com dois presidentes negacionistas: o Burundi e a Tanzânia. E os dois presidentes morreram de Covid.
Apesar dos números controlados, a vacina é considerada fundamental pois nunca se sabe como as novas cepas podem atingir o continente. A África é a região menos vacinada do mundo, com apenas 2% da população imunizada.
fonte.: veja.com.br
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Samuel