Djemberém é um blog que aborda temas de carácter social, cultural e educativo; colabore com os seus arquivos, imagens, vídeos, para divulgação. O objectivo principal de sua criação é de divulgar informações privilegiadas sobre a África e o seu povo, assim como outras notícias interessantes. Envie para - vsamuel2003@gmail.com
Postagem em destaque
Congo-Vie des Parties: Homenagem da UPADS ao seu Presidente Fundador, Professor Pascal Lissouba, que completaria 93 anos, neste 15 de novembro de 2024.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A União Pan-Africana para a Social Democracia (U.PA.D.S) celebrou, n...
quarta-feira, 5 de abril de 2023
“CARA-DE-PAU”? QUEM? EU?
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Com uma coerência camaleónica, o Presidente angolano (também do MPLA) recordou hoje o ex-presidente José Eduardo dos Santos como “arquitecto da paz e reconciliação” e estadista que “soube interpretar a vontade do povo” sobre a necessidade do abraço fraterno entre irmãos e reencontro da família angolana.
João Lourenço, que discursava hoje no final da cerimónia de condecoração de 466 personalidades, civis e militares, no âmbito do 21.º aniversário da paz e reconciliação, referiu que esse período tem proporcionado “estabilidade necessária para a reconstrução do país que estava em escombros”.
Antes de presidir à cerimónia de condecoração, o Presidente angolano (não nominalmente eleito) rendeu homenagem a José Eduardo dos Santos, que morreu em 8 de Julho de 2022, em Espanha, vítima de doença, tendo depositado uma coroa de flores no seu sarcófago, no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda.
Segundo o chefe de Estado, as conquistas alcançadas em todos os domínios, nos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, da economia e dos ganhos na área social, só foram possíveis porque o país e os angolanos, no geral e do MPLA em particular, “têm sabido preservar este bem essencial que é a paz e reconciliação nacional”.
“Esta paz é duradoura porque custou-nos muitas lágrimas, suor e sangue vertidos ao longo de décadas e, por isso, nos comprometemos a tudo fazer para o país nunca mais voltar a viver as agruras de uma guerra ou mesmo de instabilidade política ou social que ponham em causa o futuro do nosso belo país”, disse o general.
A paz e a reconciliação nacional, prosseguiu, foram conquistadas no dia 4 de Abril de 2002, “mas devem ser construídas e preservadas nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano”.
“Todos os anos das nossas vidas, em cada gesto, em cada palavra, em cada atitude e comportamento do cidadão angolano”, defendeu, reconhecendo, ao mesmo tempo, os feitos e o patriotismo de todos os angolanos no processo para o alcance da paz.
Pelo menos 466 personalidades angolanas, entre civis e militares, foram hoje condecoradas por João Lourenço, com outorga da Paz e Concórdia, Ordem de Mérito Civil, Ordem dos Combatentes da Liberdade e outras no âmbito da efeméride.
Os políticos Abel Chivukuvuku, coordenador do projecto político PRA JÁ Servir Angola (oposição e que o próprio presidente do MPLA não permitiu a legalização), Isaías Samakuva, ex-presidente da UNITA (o maior partido da oposição que o MPLA ainda permite), Lucas Ngonda, ex-presidente da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), algumas vítimas do 27 de Maio de 1977 (a título póstumo), generais, comissários, nacionalistas, músicos, desportivas e outros foram condecorados nesta cerimónia.
“Quisemos aproveitar esta importante data para reconhecer os feitos e o patriotismo dos angolanos no geral, aqui representados por civis e militares que se distinguiram na luta pela independência nacional, na defesa da soberania nacional e na conquista e preservação da paz e reconciliação nacional e que, por esta razão, foram galardoados nesta cerimónia solene com Ordens e Medalhas de diferentes graus e classes”, salientou João Lourenço.
“A nação fica-vos eternamente grata por tudo quanto fizeram em prol de Angola e dos angolanos”, frisou.
O chefe de Estado felicitou igualmente os jovens angolanos, neste mês a eles dedicado, referindo que foram os jovens que durante muitos anos viram as suas carreiras estudantis ou profissional, temporária ou definitivamente interrompidas, para servirem a pátria na defesa da soberania nacional e da integridade territorial.
Realçou que esta mesma juventude, “que com o alcance da paz, tem vindo a reconstruir” as infra-estruturas do país, a construir as estradas, as diferentes indústrias, a erguer as centralidades, os hospitais, as universidades, as escolas, as barragens hidroeléctricas e outras.
“No passado e no presente, a juventude sempre foi uma força determinante para o desenvolvimento do nosso país, onde ela representa uma parte bastante expressiva da população angolana”, apontou.
O chefe de Estado referiu que é preciso “cuidar bem” da juventude, “transmitindo-lhe os valores do patriotismo, da ética, do civismo, do amor ao trabalho, de dedicação aos estudos e à leitura, da defesa do ambiente e da natureza, do respeito e protecção aos velhos, à criança e à mulher”.
“Procuremos ficar sempre associados às boas causas, a políticas e programas que criam, educam e formam jovens que defendem e constroem a paz, a estabilidade e a ordem social, que preservam o património público e privado”, notou.
Defendeu ainda, na sua intervenção, a necessidade de se “aproveitar ao máximo” todo o potencial da juventude angolana, sua força interior, energia, vigor, inteligência, espírito inovador e empreendedor, “para melhor servir” o país.
Angola assinala hoje 21 anos paz em celebração ao memorando complementar da paz assinado no Luena, província do Moxico, em 4 de Abril de 2002, entre o Governo angolano e a UNITA, que ditou o fim da guerra civil.
Em Novembro de 2018, o presidente João Lourenço, admitiu em Lisboa que já sentia “as picadelas” dos afectados pelo combate à corrupção, mas garantiu que “isso não nos vai matar” e vincou que “somos milhões e contra milhões ninguém combate”. Enquanto vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa dormia na ignorância? Pelos vistos, sim. Acordou quando chegou a Presidente da República…
“Quando nos propusemos a combater a corrupção em Angola, tínhamos noção de que precisávamos de ter muita coragem, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do marimbondo, que é a designação, numa das nossas línguas nacionais, do terminal da vespa”, disse João Lourenço, respondendo a uma pergunta, no Palácio de Belém, em Lisboa, sobre se a questão do repatriamento de capitais – ilicitamente transferidos para o exterior – não se assemelha a `brincar com o fogo`.
“Tínhamos noção de que estávamos a mexer no marimbondo e que podíamos ser picados, já começámos a sentir as picadelas, mas isso não nos vai matar, não é por isso que vamos recuar, é preciso destruir o ninho do marimbondo”, vincou o governante, depois de se ter escusado a comentar as críticas do antigo Presidente e seu mentor político e partidário, José Eduardo dos Santos, e da empresária Isabel dos Santos.
É certo que enquanto vice-presidente do MPLA e, entre muitos outros cargos de relevo, ministro da Defesa, João Lourenço comandava o exército de marimbondos e não deixava que ninguém se aproximasse. Mas, como tudo na vida, mudam-se os tempos, mudam-se os interesses. Daí a matar o seu criador foi um passo. Passo corajoso? Nem por isso. Até porque o apunhalou pelas… costas.
Na resposta à questão sobre a tentativa de repatriar os capitais ilegalmente retirados de Angola, João Lourenço afirmou: “Quantos marimbondos existem nesse ninho, não são muitos, devo dizer; Angola tem 28 milhões de pessoas, mas não há 28 milhões de corruptos, o número é bastante reduzido e há uma expressão na política angolana que diz que `somos milhões e contra milhões ninguém combate`”.
Tentando mostrar que tem o povo ao seu lado na luta contra a corrupção, João Lourenço terminou a resposta dizendo: “Ninguém pense que, por muitos recursos que tenha, de todo o tipo, consegue enfrentar os milhões que somos, portanto não temos medo de brincar com o fogo, vamos continuar a brincar com ele, com a noção de que vamos mantê-lo sempre sob controlo”.
A expressão “brincar com o fogo” foi colocada pelo jornalista português que fez a pergunta sobre as consequências do repatriamento de capitais, mas foi largamente aproveitada por João Lourenço, que iniciou a resposta dizendo: “Se estamos a brincar com o fogo, temos noção das consequências desta brincadeira; o fogo queima, importante é mantê-lo sob controlo, não deixar que ele se alastre e acabe por se transformar num grande incêndio”.
Neste contexto, o Presidente convidou os empresários portugueses (certamente também a nível de… bombeiros) a investirem em Angola para aproveitar o “grande potencial” que o país tem noutras áreas que não o petróleo, dizendo “contar sinceramente com o contributo” dos empresários nacionais.
“Angola vive uma nova fase com importantes reformas que vêm sendo feitas em diversos domínios e com interesse em diversificar a sua economia”, acrescentou o chefe de Estado, Presidente do MPLA (partido no poder desde 1975) e Titular do Poder Executivo e – por “inerência” – comandante do batalhão de caça aos marimbondos e dos bombeiros.
“Ao falar da diversificação da economia, não podemos de forma nenhuma deixar de contar com a intervenção de Portugal; dos empresários portugueses, gostaríamos de vê-los em força em Angola, investindo nos mais diferentes domínios da nossa economia e não apenas naquela que constitui a principal fonte de receitas de Angola, que mais contribui para o PIB, que é o petróleo”, disse o chefe de Estado.
João Lourenço admitiu que gostaria de “esquecer que o petróleo existe” – Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África – e defendeu que a economia deve apostar noutros sectores da economia
“E para isso Angola tem grande potencial, em outras áreas que estão adormecidas e para levantar do estado de letargia em que se encontra, contamos sinceramente com o contributo dos homens de negócio portugueses”, disse.
Por sua vez o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que Portugal e Angola vão assinar acordos nas áreas da educação, saúde, cultura, justiça, economia e finanças e disse esperar que “sirvam necessidades concretas dos povos”.
“Os políticos servem os Estados para servirem os povos. Por isso, é bom que os acordos a celebrar na educação, na saúde, na cultura, na justiça, na economia, nas finanças, sirvam necessidades concretas dos povos”, afirmou.
“Por isso, é bom que o empenho na construção de atractivo ambiente empresarial e na diversificação e descentralização económicas reforcem as legítimas expectativas dos povos”, acrescentou o chefe de Estado português.
Folha 8 com Lusa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel