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segunda-feira, 15 de abril de 2024

Sequestro de 276 meninas marca Nigéria, dez anos depois.

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Em 2014, guerrilheiros do islamista Boko Haram raptaram estudantes que se preparavam para exames e as mantiveram como escravas. Paradeiro de 82 delas ainda é desconhecido, e crime até hoje afasta crianças da escola. Na noite de 14 de abril de 2014, na Nigéria, dezenas de militantes do grupo islamista Boko Haram invadiram um dormitório para meninas na remota cidade de Chibok, um pequeno enclave cristão no norte do país de maioria muçulmana. As 276 colegiais, a maioria entre 16 e 18 anos de idade, foram arrebanhadas a ponta de fuzil e levadas até caminhões que aguardavam na floresta, depois que os homens atearam fogo aos prédios escolares. Horas mais tarde, 57 adolescentes conseguiram escapar. Algumas se esconderam nos arbustos, outras saltaram dos veículos durante a viagem pela escura floresta de Sambisa, que se transformara no reduto do Boko Haram no estado de Borno. Uma delas contou à ONG Human Rights Watch que um rebelde lhes perguntara: "Que tipo de saber vocês estão procurando aqui na escola? Como vocês estão querendo educação ocidental, nós estamos aqui para contrapor e ensinar a vocês as práticas do islã." O grupo fundamentalista havia lançado em 2009 uma rebelião armada contra o governo nigeriano, visando fundar um Estado islâmico dentro do país. Sua hostilidade à educação não corânica era notória: seus atentados já haviam provocado o fechamento em massa de estabelecimentos de ensino da região, inclusive da Escola Secundária Feminina do Governo de Chibok, em março de 2014. Excepcionalmente, a instituição tinha sido aberta para as estudantes se submeterem aos exames finais. Muitas vinham de aldeias vizinhas cujas escolas permaneciam fechadas. Apesar de Borno se encontrar em estado de emergência, não haviam sido mobilizados soldados para o complexo, e dois vigias que o guardavam fugiram ao ver os guerrilheiros chegando. Outra unidade do Boko Haram abriu fogo contra os 17 agentes de segurança estacionados no centro de Chibok, que bateram em retirada para a floresta. O que foi feito das meninas de Chibok Como revelaram investigações pela ONG de direitos humanos Anistia Internacional, habitantes de aldeias que viram, em pânico, o comboio dos militantes atravessar suas comunidades a caminho da cidade, contataram horas antes do ataque a base militar de Maiduguri, a capital de Borno. Mas os militares não conseguiram reunir tropas para cruzar os 125 quilômetros até Chibok. Tudo isso contribuiu para a facilidade com que o Boko Haram raptou as garotas desprotegidas. Depois que algumas conseguiram escapar, o líder do grupo, Abubakar Shekau, ameaçou vender as restantes como escravas. Muitas foram forçadas a se converter ao islamismo, a casar-se com seus sequestradores e ter filhos com eles. À medida que os maridos eram mortos em combate, algumas foram forçadas a se casar várias vezes. Além de duas que foram encontradas entre maio e setembro de 2016, nos anos seguintes poucas notícias se teve das sequestradas. Mas aí ocorreram várias libertações em massa, mediadas pela Cruz Vermelha e o governo suíço, ao que consta como parte de uma troca de prisioneiros. Desde então, mais de 100 jovens ganharam a liberdade. Seus relatos mencionam espancamentos, fome constante e coisas piores. Na maior parte, foram mantidas em cabanas escondidas na floresta de Sambisa. "O lugar onde eu fiquei presa era muito ruim. Foi algo que a gente nunca tinha esperado. Nós sofremos lá, tínhamos fome", relatou a sobrevivente Mary Dauda à Anistia Internacional. #BringBackOurGirls contra inércia estatal Até o hoje se desconhece o paradeiro de 82 das sequestradas. O governo do então presidente Goodluck Jonathan relutou em admitir que os raptos sequer tivessem ocorrido, e foi lento nas tentativas de resgatá-las. Mas logo no fim de abril de 2014 um grupo de nigerianos lançou no Twitter a campanha #BringBackOurGirls (TragamDeVoltaNossasGarotas). Compartilhado por celebridades como a atriz hollywoodiana Angelina Jolie e a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama, a hashtag explodiu, suscitando indignação global. A campanha nas redes sociais também desencadeou protestos de rua na Nigéria e outros países, resultando na promessa do presidente Jonathan de que encontraria as jovens. Um movimento criado por cerca de 20 voluntários ofereceu uma recompensa de 300 mil dólares a quem fornecesse informações decisivas. Além disso, o então presidente americano, Barack Obama, enviou uma equipe de consultores para assistir as Forças Armadas nigerianas nas buscas, apesar da relutância das autoridades locais em aceitarem ajuda internacional.
Sequestros de Chibok ainda ressoam Apesar de, no ano anterior ao assalto em Chibok, o Boko Haram ter atacado cerca de 50 escolas, raptando dezenas de crianças, diversos fatores conferem ao caso das 276 colegiais relevância especial, dez anos depois. Ele inaugurou uma onda de sequestros em grande escala na Nigéria, que perdura até hoje, embora haja mais perpetradores envolvidos. No começo de março de 2024, motociclistas armados levaram de uma escola de Kuriga, no estado de Kaduna, no noroeste, 287 escolares, grande parte dos quais foi libertada mais tarde. Poucos dias antes, haviam sido sequestradas, também em Borno, 200 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Além disso, a reação morna das autoridades a Chibok transformou o caso num exemplo notório da incapacidade do governo federal de proteger o povo nigeriano, na época e agora. As maiores atingidas são as crianças em idade escolar: mais de 1.680 foram sequestradas entre abril de 2014 e meados de 2023, de acordo com a organização humanitária Save the Children. Só no estado de Katsina, no norte, quase 100 escolas foram fechadas em 2023 por receios de segurança. E o medo de sequestros é um forte motivo para as crianças nigerianas evitarem frequentar a escola. fonte: DW Africa

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Samuel

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