O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, assumiu quinta-feira interinamente a presidência do Brasil, enquanto Dilma Rousseff viajou para Nova Iorque para procurar apoios internacionais contra o que considera o "golpe de Estado" que está a ser vítima.
Michel Temer é o primeiro na linha de sucessão e poderá assumir o cargo de Presidente temporariamente caso o Senado aceite prosseguir com o julgamento político contra Dilma Rousseff, durante uma votação que deverá ocorrer em maio.
Dilma Rousseff tentou evitar a todo o custo ver na Presidência Michel Temer, que considera um dos "líderes da conspiração" contra si e por isso cancelou várias viagens internacionais nos últimos meses, incluindo a sua participação na Cimeira Nuclear, que se realizou em Washington, no início de abril.
A Presidente brasileira também declinou o convite do Comité Olímpico Internacional para participar na cerimónia de acender a tocha olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, que decorreu na quinta-feira.
Na quarta-feira mudou de estratégia e anunciou à última hora que viajava para Nova Iorque, onde pretende denunciar na sede da ONU que é vítima de um "golpe de Estado" que, segundo Dilma Rousseff, está a ser dirigido por Michel Temer.
Dilma Rousseff viajou quinta-feira para os Estados Unidos, onde deve ficar até sábado.
Dilma Rousseff e Michel Temer durante uma cerimónia pública em março© REUTERS/Ueslei Marcelino/Arquivo Dilma Rousseff e Michel Temer durante uma cerimónia pública em março
Hoje, a Presidente vai assistir à assinatura do acordo global sobre alterações climáticas.
Na reunião na ONU, segundo fontes oficiais, Dilma Rousseff vai fazer um discurso concentrados nas conquistas do Brasil na luta contra as alterações climáticas e a desflorestação, mas também poderá aproveitar a ocasião para falar sobre a delicada situação política que o Brasil atravessa.
Segundo a imprensa brasileira, a Câmara dos Deputados terá pago a membros do parlamento para "evitar que o mundo escute a versão errada do que está a acontecer no Brasil".
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