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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Ensino superior de Angola precisa de profundas reformas, defendem especialistas.

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 Universidade Mandume Ya Ndemufayo no Lubango

Universidade Mandume Ya Ndemufayo no Lubango

Sindicato quer que João Lourenço "corrija o que está mal" e vai apresentar propostas nesse sentido
Entre as reformas que devem ser feitas no ensino superior de Angola deve ser incluído o fim da discriminação política, defenderam especialistas e professores universitário.
Depois da realização do pleito eleitoral em Angola vários sãos desafios que terá o Executivo liderado pelo Presidente eleito da República João Lourenço e entre estes desafios aponta-se o do sector do ensino superior onde a falta de qualidade, de professores qualificados e de infraestruturas seja para as aulas como para as pesquisas, além dos planos curriculares constitui um grande obstáculo a progressão da ciência no país.
A proliferação de instituições de universidades sem condições para o efeito, é outra preocupação manifestada pelo Coordenador da 1ª Região Académica Luanda-Bengo que defende uma avaliação e posterior acreditação das instituições.
Mas as infraestruturas de grande gabarito não são os únicos elementos essenciais para as universidades. É preciso, segundo o também membro do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior, apostar na qualificação do corpo docente.
Carlinhos Zassala reprova o facto de não existir no país uma política clara de formação e qualificação de docentes universitários, o que para si constitui um absurdo.
«É absurdo neste momento que temos uma falta gritante de professore universitários ouvir governadores provinciais prometer estender as universidades a nível dos municípios», disse
Sobre a necessidade de professores qualificados nas instituições de ensino superior em Angola Filomeno Vieira Lopes, economista e antigo Secretáro geral do partido Bloco Democrático, fala em discriminação política como um facto nas universidades, onde os quadros que não pertencem ao MPLA não são admitidos.
«Em todas universidades de ciências sociais, angolanos que não fossem militantes do MPLA não poderiam ser professores”, disse afirmando ter sido ele próprio vitima disso quando lecionou na Universidade Agostinho neto.
«Logo que souberam que eu passei para o FPD, fui demitidos de todos os cargos que tinha”, disse afirmando que na altura tinha também “sido eleito um dos administradores da Sonangol, e nunca tomei posse porque não tinha confiança para isto».
Mário Pinto de Andre, Segundo Secretário do MPLA em Luanda e Reitor da Universidade Lusíada de Angola, tem um argumento diferente, afirmando ser importante fazer uma cronologia da história e nela o devido enquadramento do contexto.
O político do MPLA aponta nomes de quadros de partidos da oposição que leccionam nas universidades públicas e privadas.
«Não há dúvidas que no sistema de Partido Único pelo menos na Faculdade de Direito e de Economia buscavam-se professores de confiança política”, disse.
“ Isto foi um momento histórico que o nosso país viveu», referiu o também especialista em Relações Internacionais que cita vários nomes de líderes políticos que leccionam em instituições públicas.
Marcolino Moco disse recentemente numa conferência sobre “Os desafios de Angola após as eleições de 23 de Agosto”, realizada pela Livraria e Editora Visionários, que por ser um militante suspenso do MPLA, não pode dar aulas na faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.
Moco diz sofrer uma rejeição cínica a este respeito por parte do seu partido.
«Depois de fazer o Mestrado fui rejeitado mesmo com uma recomendação dos nossos orientadores protugueses. Mas fui rejeitado cinicamente. Fazer o requerimento e eles fingirem que não viram nada», disse
Alcides Chivango é psico-pedagogo e docente universitário. Para ele, é preciso desmistificar esta situação de descriminação por ideologia política que prejudica o ensino superior em Angola.
Carlinho Zassala diz que no âmbito do lema do MPLA nas eleições de 23 de Agosto, “Corrigir o que está mal e melhorar o que está bom” o Sindicato de Professores do Ensino Superior vai apresentar ao Executivo liderado por João Lourenço, o Presidente da República eleito os problemas que enfermam o ensino superior.
«Há muita coisa que está mal no ensino superior e o sindicato vai contribuir para que se corrija aquilo que está mal», disse
Entre os aspectos que precisam ser corrigidos está a inflacção das instituições de ensino superior em Angola, o que para já requer uma reforma ou rectificação.
Para o académico não basta criar universidades em todos os cantos do país. É importante que se criem cidades universitárias de facto com insfraestruras capazes de albergar tanto estudantes como professores para além de laboratórios.
Carlinhos Zassala vai mais longe e desafia a todos que consideram que existe campos Universitários em Angola
«O que falta muito em Angola além da formação dos professores universitários é a construção de cidades universitárias, porque até prova em contrário em Angola não temos ainda um Campus Universitário», disse.

fonte: VOA

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