A nota de Imprensa de Isabel dos Santos (que transcrevemos na íntegra e “ipsis verbis”) é serenamente demolidora e estrategicamente cordata. No entanto, no âmago, ela demonstra que o Governo de João Lourenço mentiu nos argumentos, explícitos e implícitos, para a exonerar.
Por Orlando Castro
Opaís precisa de saber quem está, de facto, a mentir. Ou, quiçá, se não estarão os dois (Isabel dos Santos e João Lourenço). Com uma louvável diplomacia, Isabel (com)prova que a sua exoneração foi sobretudo – ou unicamente – política. Cabe agora ao Presidente da República explicar aos angolanos, mas não só a eles, se é crime ter o apelido Santos.
Nota de Imprensa
“1. No momento em que cesso funções, enquanto Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, gostaria de agradecer a todos os que confiaram em mim, para liderar a recuperação da nossa empresa nacional de combustíveis.
2. A minha gratidão vai, particularmente, para os meus colegas do conselho de administração cessante. Sinto-me honrada por ter liderado uma equipa com notável qualidade profissional e de ética inquestionável.
3. Muitos de vós, aceitaram suspender carreiras de sucesso profissional nas mais prestigiadas empresas petrolíferas internacionais para trabalharem na recuperação da Sonangol, numa situação reconhecida como de extrema fragilidade. Enalteço e homenageio o vosso elevado sentido de responsabilidade, abnegação e compromisso. Não poderia ter desejado uma melhor equipa, para liderar um desafio tão extremo.
4. Os meus agradecimentos vão para todos os trabalhadores da Sonangol. Juntos, e em poucos meses, não só conseguimos reequilibrar as contas da empresa, acabar com práticas nefastas do passado, mas também implementar uma verdadeira cultura de empresa organizada em torno de valores fundamentais, tais como, o sentido de responsabilidade colectiva e individual, a excelência na execução, o respeito mútuo e o espírito de equipa.
5. Uma nota de especial consideração para os jovens angolanos que integraram as novas Comissões Executivas, as Direcções e lugares de destaque da nossa empresa. A vossa dedicação, competência, ética e compromisso serão o futuro da nossa indústria e da nossa sociedade. Desejo-vos todo o sucesso e força para o futuro.
6. Resta-me ainda agradecer ao Executivo angolano que confiou nesta administração e testemunhar com sentido de missão, o trabalho desenvolvido, desde o ponto em que encontrámos a empresa, quando nela ingressamos até à situação em que deixamos a mesma, à data da nossa saída.
7. Em Dezembro de 2015 a Sonangol, pela primeira vez na sua história, não tinha conseguido cumprir com as suas obrigações junto da Banca, tinha dividas com os fornecedores e pesadas cash calls. Em Junho de 2016 a petrolífera encontrava-se num estado de emergência e conforme referia o Dr. Francisco Lemos, então Presidente do Conselho de Administração, esta empresa nacional encontrava-se numa situação de pré-falência.
8. Decorrente do compromisso e do esforço colectivo assumido nesta situação crítica, este Conselho de Administração, concretizou um conjunto de resultados que não posso deixar de ressalvar:
– Pagamos os cash calls 2016 na sua totalidade;
– Reduzimos a dívida financeira de 13b $ para 7b$;
– Aumentamos as receitas de 14,8 b$ em 2016, para 15,6b$ em 2017;
– Identificamos 400 iniciativas de redução de custos, no valor de 1,4 b$, dos quais 380 milhões USD já foram efectivados, estando já em curso iniciativas que irão permitir uma poupança de 784 milhões USD;
– Aumentamos a produção na refinaria de Luanda de 50 mil para 60 mil barris ;
– Produzimos todo o jet fuel, combustível para aviões, necessário para Angola e já exportamos;
– Reduzimos o custo do barril de 14 para 7 $;
– Continuamos a apostar na produção de petróleo e em 2016 e 2017 investimos 5,6 b$, sendo a sua maioria no upstream, por forma a garantir a sustentabilidade das reservas e da produção de petróleo futura;
– Pusemos a fábrica de ALNG a funcionar;
– Aumentamos a produção do Gás em 238%. Hoje Angola produz todo o gás botano que precisa;
– Exportamos Gás pela primeira vez;
– Iniciamos o transporte de comboio do combustível de Lobito a Moxico, tonando-o muito mais rápido, mais barato, seguro e potenciando a utilização de infra-estruturas do país. Fomos os
primeiros a transportar combustível np e a usar o caminho de ferro de Moçâmedes.
– Não despedimos pessoas;
– Foram promovidos 400 quadros angolanos:
– Identificamos 200 futuros líderes e implementamos um programa de liderança;
– Iniciamos a geração de energia Eléctrica usando o gás produzido em Angola;
– Em 2015 a P&P tinha um resultado operacional negativo de 859 milhões USD, reduzimos a perda para 256 milhões de USD, em 2016 e em 2017 haverão um resultado operacional positivo de 100 milhões USD;
– A Junho 2017 existem dívidas de 3b$ de empresas estatais para com a Sonangol.
– Reduzimos a dívida financeira de 13b $ para 7b$;
– Aumentamos as receitas de 14,8 b$ em 2016, para 15,6b$ em 2017;
– Identificamos 400 iniciativas de redução de custos, no valor de 1,4 b$, dos quais 380 milhões USD já foram efectivados, estando já em curso iniciativas que irão permitir uma poupança de 784 milhões USD;
– Aumentamos a produção na refinaria de Luanda de 50 mil para 60 mil barris ;
– Produzimos todo o jet fuel, combustível para aviões, necessário para Angola e já exportamos;
– Reduzimos o custo do barril de 14 para 7 $;
– Continuamos a apostar na produção de petróleo e em 2016 e 2017 investimos 5,6 b$, sendo a sua maioria no upstream, por forma a garantir a sustentabilidade das reservas e da produção de petróleo futura;
– Pusemos a fábrica de ALNG a funcionar;
– Aumentamos a produção do Gás em 238%. Hoje Angola produz todo o gás botano que precisa;
– Exportamos Gás pela primeira vez;
– Iniciamos o transporte de comboio do combustível de Lobito a Moxico, tonando-o muito mais rápido, mais barato, seguro e potenciando a utilização de infra-estruturas do país. Fomos os
primeiros a transportar combustível np e a usar o caminho de ferro de Moçâmedes.
– Não despedimos pessoas;
– Foram promovidos 400 quadros angolanos:
– Identificamos 200 futuros líderes e implementamos um programa de liderança;
– Iniciamos a geração de energia Eléctrica usando o gás produzido em Angola;
– Em 2015 a P&P tinha um resultado operacional negativo de 859 milhões USD, reduzimos a perda para 256 milhões de USD, em 2016 e em 2017 haverão um resultado operacional positivo de 100 milhões USD;
– A Junho 2017 existem dívidas de 3b$ de empresas estatais para com a Sonangol.
9. Deixamos ainda à nova administração, como instrumento essencial para a sua gestão, um financiamento no valor de 2b$, com assinatura prevista para os próximos dias, que garantirá o pagamento de todos os cash calls relativos a 2017, permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros.
A administração cessante garante ao Executivo, as condições financeiras necessárias para a manutenção patrimonial da Sonangol, abrindo garantias de continuidade e de crescimento para o futuro.
10. Foi também implementada na Sonangol uma cultura de transparência e abertura à sociedade angolana, permitindo uma auditoria constante da acção da equipa de gestão e dos destinos desta nossa empresa.
10. Foi também implementada na Sonangol uma cultura de transparência e abertura à sociedade angolana, permitindo uma auditoria constante da acção da equipa de gestão e dos destinos desta nossa empresa.
A Sonangol não é uma empresa como as outras; é a coluna vertebral da economia nacional e o garante do futuro dos nossos filhos. Sinto-me privilegiada por ter contribuído para a reforma e melhorias desta grande empresa.
Congratulo o novo executivo pelo desejo de progresso, transparência e eficácia na gestão do bem público. Os mesmos valores mantêm-se no centro da cultura empresarial que a administração cessante implementou na Sonangol, garantindo, assim, o futuro da nossa empresa.
Desejo à nova equipa o melhor sucesso.”
fonte: http://jornalf8.net
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Samuel