Para onde um Africanista deve olhar, um olhar do Politólogo/Arabista/Colaborador VOA/Radar Magrebe, Raul M. Braga Pires no Radar #6
Na memória de todos os que têm memória, estão as Eleições Presidenciais do Zimbabwe de 2008, com o líder da oposição Morgan Tzvangirai (Movement for Democratic Change), a levar pontapés da Polícia, de cabeça aberta sentado no passeio e o efeito de contágio que esta autêntica “Guerra Eleitoral” poderia ter tido para Moçambique.
Outra memória que guardo deste período, é a de ver o Professor Manuel Enes Ferreira num debate televisivo a ensinar-nos para onde um Africanista deve de olhar, ao concluir que a mediação de paz do então Presidente sul-africano Thabo Mbeki, não iria resultar, pela simples razão de que este tinha idade para ser filho do “mau-da-fita” que estava a “dar as cartas”, Robert Mugabe. Em conclusão, o Professor Enes Ferreira reduziu a explicação ao essencial, já que quem não percebe a “Cultura do Soba” em África, não percebe África.
Sem sabermos ainda o destino deste processo interno zimbabweano, podemos desde já dizer que, para Moçambique, não poderia ter vindo na pior altura, pois poderá interferir no processo de aproximação entre o Presidente Nyussi e o Presidente Dhlakama. E digo Presidente Dhlakama sem aspas, pois enquanto a partilha do Poder em Moçambique não for feita e não for atribuída a Dhlakama um cargo oficial, tipo “Governador-das-Províncias-do-Norte”, “Marechal-do-Rovuma-ao-Zambeze”, “Soba-do-Norte”, “Régulo-do-Norte”, ou o que se lhe queira chamar, ele continuará a ser o “Presidente do Norte”, legitimado no voto popular!
O Presidente Nyussi, conforme referimos no Radar Magrebe Lusófono #6, saiu reforçado do último Congresso da FRELIMO, o que lhe permite continuar a enviar sinais de reaproximação ao líder da RENAMO, de que o diálogo é possível e que a solução será sempre Política e negociada entre cavalheiros. Esta instabilidade no Zimbabwe, pode ter um efeito de contágio em Moçambique e permitir acções de diversão de “átomos livres” e descontrolados e que por interesse pessoal, geralmente apostam no “quanto pior melhor”!
Moçambique “vence” na Tunísia
O filme moçambicano “O comboio de sal e açucar”, de Licínio de Azevedo, ganhou o Tanit de Ouro, do Carthage Film Festival, na Tunísia.
Guiné-Bissau
A Guiné-Bissau parece iniciar esta semana, mais uma jornada de contestações agitadas, após 18 partidos do Colectivo dos Partidos Democráticos Contra a Ditadura, terem convocado uma manifestação, cujo protesto deverá prolongar-se por 2 dias, o que deverá colocar uma pressão ainda maior sobre a Presidência de JOMAV. De referir que esta manifestação, também terá uma réplica no Rossio, em Lisboa, “Cidade Guineense”.
fonte: VOA
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Samuel