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sexta-feira, 4 de maio de 2018

CANDIDATA A PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU QUER DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E INCLUSIVA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


A candidata às eleições presidenciais na Guiné-Bissau Nancy Schwarz quer implementar no país uma democracia "participativa e inclusiva", que escute militares, grupos étnicos, mulheres e diáspora, inspirada num estilo de liderança africana pré-colonial.

"Os líderes na África pré-colonial aproximavam-se da comunidade, deixavam que a comunidade também pudesse representar-se em termos de terem voz, de explicarem as suas necessidades, de poderem ser ouvidas. É necessário que a nossa postura da África pré-colonial possa estar presente na nossa liderança", afirmou, em entrevista à agência Lusa.

Educada em Portugal e em Cuba, mas a residir e a trabalhar no Reino Unido desde 2006, a guineense de 44 anos está a preparar uma candidatura à presidência da Guiné-Bissau, cujas eleições não têm ainda data definida, mas que são esperadas em 2019.


No domingo, é protagonista de um evento público, na capital britânica, organizado pelo jornal Palop, em que vai falar do seu projeto político, apesar de ter passado as últimas semanas em Portugal a preparar a estrutura da equipa que a vai apoiar.

À agência Lusa, Nancy Schwarz contou que foi durante um projeto de solidariedade da "Associação da Comunidade Guineense em Londres" que entregou material escolar, equipamento e medicamentos médicos nas cidades de Bissau, Bolama, Bafatá e Mansoa, em 2011, que se apercebeu dos problemas do país.

"Quando lá chegámos tivemos um grande choque. Quando estamos cá, vemos notícias e imagens, mas nunca se compara com a experiência no local. Levou-me a tomar uma decisão séria: é uma perda de tempo e energia levar bens para hospitais e escolas ou para um grupo específico, porque isso não vai resolver a situação, vai criar mais desordem", confiou.

O diagnóstico que fez foi que "o maior problema que está a travar o desenvolvimento no país tem a ver com a liderança" e foi então que decidiu avançar com uma candidatura à Presidência da República guineense.

"Temos de criar uma equipa forte de interventores na política, há que preparar a nova geração de líderes, de governantes, porque na nossa história os 44 anos de má governação têm a ver com a falha na liderança, com a falta de líderes preparados para tomarem a posição de governar, de servir o país", vincou a candidata.

Licenciada em Sociologia em Portugal, nos últimos anos Schwarz trabalhou no Reino Unido como assistente de apoio a pessoas com problemas de aprendizagem na área de autismo e dislexia, mas também tem no currículo experiência de voluntariado e profissional na Guiné-Bissau.

Entre 2011 e 2013, segundo a página pessoal [www.nancygschwarz.com/], exerceu funções como professora na Universidade Lusófona de Bissau, como assistente social no Hospital Pediátrico "São José" em Bôr e trabalhou para o Ministério da Defesa Nacional, onde chegou ao posto de diretora do gabinete do ministro.

Durante este período, identificou o que considera ser um "mal-entendido sobre os efetivos de defesa e segurança" e promete "tirá-los do empobrecimento em que se encontram" para evitar levantamentos futuros.

Além dos militares, promete escutar os "30 grupos étnicos do país", a diáspora guineense e as mulheres, replicando um estilo de liderança próxima do povo que identifica com Fidel Castro em Cuba, país onde Nancy Schwarz estudou, entre os 14 e os 19 anos.

A candidata conta com o apoio do partido Nova Força Nacional, que vai participar nas legislativas em novembro, e de um grupo de intervenção sociopolítico, bem como de núcleos de cidadãos na Guiné-Bissau.

A candidatura deverá ser oficialmente apresentada no início de 2018 e a campanha deverá incluir visitas às comunidades de guineenses no Reino Unido, Espanha, França, Portugal, Cabo Verde e Senegal, antes de se estabelecer na Guiné-Bissau.

Fonte: Lusa, em https://www.dn.pt

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Samuel

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