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terça-feira, 19 de junho de 2018

MOÇAMBIQUE: MDM em crise - Partido pode "desaparecer".

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É o que diz o especialista em boa governação Silvestre Baessa, perante a saída de altos quadros do segundo maior partido da oposição em Moçambique em plena preparação para as autárquicas de outubro.
fonte: DW África
Movimento Democrático de Moçambique Wahlen 2008 & 2009 (Gerald Henzinger)
O MDM corre o risco de sofrer uma derrocada, segundo o especialista em boa governação Silvestre Baessa. A segunda maior força da oposição, que há tempos vive uma crise sem precedentes, viu um dos seus membros recusar publicamente ser o cabeça de lista para as autárquicas deste ano e outro alto quadro abandonar as fileiras, tudo originado por falta de democracia partidária, segundo eles.
Primeiro, foi Venâncio Mondlane a colocar em xeque o MDM, ao rejeitar publicamente, na última semana, ser o cabeça de lista do partido as eleições autárquicas de outubro de 2018. Mondlane, que é deputado do MDM, explicou em linhas gerais à DW África o que motivou o seu posicionamento: "Não fui consultado, não dei o meu aval e nem se quer fui informado sobre a escolha de Venâncio Mondlane como cabeça de lista", afirma.
Para o deputado, "é uma incongruência total e completa" ser apresentado como cabeça de lista, depois de ter visto rejeitados todos os seus posicionamentos políticos e sociais "em relação aos Mercedes e aos vários aspetos relativos à democracia interna do partido".
"A comissão política do partido retirou-me a confiança política", sublinha.
Falta de democracia interna
 Mosambik II Kongress von MDM Partei in Nampula
II Congresso do MDM em dezembro de 2017, em Nampula
Ainda na última semana, outro destacado membro da segunda maior força da oposição anunciou publicamente a sua saída. António Frangoulis atirou a toalha ao chão e acusou o MDM de falta de democracia interna. "O que me faz abandonar o MDM foi ter concluído que de MDM, Movimento Democrático, apenas tem o nome e não faz jus a ele", acusa.
Em entrevista à DW, Frangoulis explica que o último congresso do partido contribuiu para a desmotivação: "Havia uma espécie de pressão para se introduzir verdadeiramente o princípio democrático, que é o princípio do sufrágio para a indicação dos órgãos deliberativos e seus titulares, o que foi rejeitado com o argumento de que o partido tinha apenas nove anos e não era altura".
Uma cabala contra o MDM?
Tanto Mondlane como Frangoulis deixam claro que os descontentamentos estão relacionados com a direção do MDM e não com o partido em si. E igualmente esclarecem que os pontos discordantes não são de hoje e que a posição pouco flexível do partido no II Congresso foi a gota de água.
Entretanto, as eleições autárquicas estão à porta.  Será que os anúncios destes altos quadros do MDM nesta época eleitoral não passam de coincidência ou foram propositados para debilitar ainda mais a imagem do partido?
"Não vejo necessariamente como uma cabala montada por outras forças para destruir o MDM", responde Silvestre Baessa.
O analista destaca o contexto atual, "em que a RENAMO aparece como uma grande força política impulsionada pelos resultados de Nampula, não se sabe até que ponto a morte do seu líder irá afetar a sua capacidade de concorrer e de convencer o eleitorado para as próximas eleições autárquicas. Estando a RENAMO interessada também em concorrer com candidatos fortes, é natural que essas figuras que têm um compromisso político muito à frente numa provável ideologia não sintam esse acolhimento e abandonem".
Risco de derrocada
A crise entre o MDM e o edil de Nampula foi o grande marco público do começo de uma crise no partido. O assassinato do edil Mahamudo Amurane, bem como a perda deste município para a RENAMO, maior partido da oposição, nas intercalares de fevereiro, contribuíram para debilitar ainda mais a imagem do partido.
Porträt - Silvestre Baessa
Silvestre Baessa, especialista em boa governação
Os posicionamentos contundentes de Mondlane e Frangoulis evidenciam que a crise só piora. Sobre os riscos de uma eventual derrocada do MDM o especialista em boa governação Silvestre Baessa não tem dúvidas: "Há efetivamente [esse risco]. A força do MDM era a governação local, os governos locais. Com os problemas de Nampula e de Quelimane e a possibilidade de a RENAMO poder conquistar e manter o controlo de Nampula, conquistar Quelimane ou mesmo a cidade da Beira, porque há um nível de descontentamento muito elevado, é de se esperar que o partido possa desaparecer ou enfraquecer ainda mais a sua posição política neste momento".
Convidado a reagir às posições de Mondlane e Frangoulis, tomando como especial destaque o contexto eleitoral, o  MDM sublinha que não se sente fragilizado diante dos últimos acontecimentos.
"Não é pelo facto de morrer a andorinha que acaba a primavera. Portanto, o MDM continua firme, tem os seus objetivos que nortearam os jovens de 28 de agosto que culminou com a criação do MDM em 2009. Portanto, nada pode perturbar os objetivos dos jovens de 28 de agosto", diz Sande Carmona, porta-voz do partido.

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Samuel

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