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terça-feira, 26 de março de 2019

ANGOLA: GRILOS NÃO VÃO GRILAR E GALOS VÃO FICAR SEM CABEÇA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



Mais de 50 meios navais e aéreos estão desde hoje a patrulhar os cerca de 1.650 quilómetros da costa de Angola para combater todo o tipo de crimes (presume-se que incluam os resquícios do “fraccionismo” de Maio de 1977 e do terrorismo alimentado pelo fantasma desse tenebroso apátrida chamado Jonas Malheiro Savimbi), dando assim início à transposição da “Operação Transparência” para o mar.

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz da operação, comissário António Bernardo, indicou que a medida, anunciada a 20 deste mês, vai permitir garantir a segurança nas águas territoriais angolanas com o apoio de 50 meios navais, de todos os tipos, e cinco aéreos, entre aviões de reconhecimento e helicópteros de resgate.
Nem os grilos situados no outro extremo do país vão ter coragem para grilar. E, é claro, já não adianta ter esperanças que o galo (negro) se atreva a cacarejar. Se os operacionais da Polícia assassinam zungueiras, mais facilmente esmagam os grilhos e cortam o pescoço aos galos…
“Temos mais de 50 embarcações de vários tipos e temos cinco meios aéreos para, de forma conjunta e coordenada, realizarmos a nossa actividade, por forma a que tenhamos em tempo útil as informações que queremos e as actividades que se verifiquem no mar e possamos também reagir em tempo útil”, sublinhou.
O aviso foi levado tão a sério que até os piratas da Somália baixaram uma “ordem superior” avisando todos os seus operacionais que, a partir de agora, nem em sonho podem imaginar uma qualquer acção nas águas territoriais de Angola.
Entre os “crimes económicos em alto mar”, António Bernardo destacou os transbordos e comercialização ilegal de combustíveis, os possíveis tráficos de seres humanos e de órgãos humanos, a imigração ilegal, o expatriamento de capital ilegal, em moeda nacional ou estrangeira, pesca ilegal, legalização, circulação e licenciamento de embarcações que trafegam no mar, a fuga ao fisco e outros crimes de natureza diversa e distendida, assim como tentativas para desembarcar zungueiras e revús que possam estar a ler um livro sobre como fazer um golpe de Estado ou derrubar um ditador.
“Vamos combater crimes económicos, contra as pessoas e ambientais. É nesta base que estamos a reorientar as nossas forças e meios para lhes pôr fim. Além disso, há os crimes na nossa zona fronteiriça, pois também violam em permanência as nossas fronteiras, navegam de forma ilegal nos nossos mares. Os crimes marítimos têm a ver com o comércio que se desenvolve na nossa área de jurisdição marítima”, acrescentou.
Numa primeira fase, hoje iniciada, as acções decorrerão durante 180 dias, até 25 de Setembro, altura em que a “Operação Transparência”, começada em terra, completará um ano. “Nessa altura, faremos uma avaliação do que estamos a fazer em terra e do que iremos fazer no mar”, sublinhou.
Além das forças de segurança navais, terrestres e aéreas, a operação contará com ainda com o apoio das embarcações oriundas dos serviços nacionais de fiscalização das Pescas e da Protecção Ambiental.
A “Operação Transparência” foi inicialmente lançada em terra em sete províncias – Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Moxico, Bié, Uíge e Zaire -, tendo, progressivamente sido estendida a todo o país.
A operação, que não tem prazo para terminar, visa – segundo a tese oficial – combater a imigração irregular e a exploração e tráfico ilícito de diamantes, tendo levado já ao repatriamento, segundo as autoridades angolanas “voluntário”, de 455.022 estrangeiros sem documentação adequada, na sua grande maioria oriundos da República Democrática do Congo e que se encontravam nas Lundas.
Entre Setembro de 2018 e o fim da primeira quinzena de Fevereiro, segundo os dados do Posto de Coordenação Avançado da “Operação Transparência”, entidade liderada pelo tenente-general Américo Valente, do total de estrangeiros ilegais que saíram do país, 416.496 fizeram-no de forma “voluntária”, 35.784 foram repatriados administrativamente e 842 transferidos para Luanda, para que possam, mais tarde, ser repatriados para os países de origem.
No balanço de pouco mais de cinco meses, lê-se no documento, e além dos repatriamentos e expulsões, as autoridades angolanas encerraram 159 cooperativas e 289 “lojas” que se dedicavam a compra ilícita de diamantes, tendo sido apreendidas elevadas somas monetárias, não especificadas.
Foram também aprendidos 34.480 quilates em diamantes e 121.783 pedras preciosas, bem como 178 retroescavadoras, 30 máquinas de pás carregadoras, 40 buldózeres, 18 máquinas niveladoras, 11 tractores agrícolas, 346 viaturas ligeiras e pesadas, 481 motorizadas e 31 bicicletas.
Pela experiência anterior, as autoridades não se esquecem que os nossos jovens activistas chegaram a preparar um golpe de Estado e que tinham em seu poder, quando foram detidos, 12 esferográficas BIC (azuis), um lápis de carvão (vermelho), três blocos de papel (brancos) e um livro sobre a ditadura.
Os peritos do regime consideram então que esse material confiscado revelava uma alta sofisticação tecnológica, pelo que mandaram fazer análises internacionais, nomeadamente aos técnicos da BIC, para saberem ao pormenor o que ocultavam as 12 (doze) esferográficas.
Na lista actual estão ainda 123 dragas, 87 lavarias, 511 motobombas, 16 jangadas, 98 botes pneumáticos, 15 detectores de diamantes, 128 compressores de ar, 248 balanças, 155 geradores, 214 cofres, 160 contentores e 114 armas de fogo.


Folha 8 com Lusa

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Samuel

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