Ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló afirmou neste sábado que pretende ser o próximo Presidente para resgatar soberania do país. Domingos Simões Pereira, do PAIGC, pediu reconciliação aos guineenses.
Umaro Sissoco Embaló
Umaro Sissoco Embaló, ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau, afirmou neste sábado (07.09) que pretende ser o próximo Presidente do país para resgatar a soberania do país que, segundo o mesmo, está fora das mãos dos guineenses.
Investido formalmente numa cerimónia solene como candidato oficial do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), Umaro Embaló considerou, no seu discurso, que "não era este o sonho dos combatentes da liberdade da pátria".
Segundo Embaló, a Guiné-Bissau "está hoje mal, ao ponto de um ministro de qualquer pequeno país estrangeiro pretender dar ordens aos governantes guineenses".
O coordenador do MADEM, Braima Camará, foi mais claro quanto à questão, ao afirmar que não faz sentido que alguns dirigentes guineenses estejam a receber proteção e segurança por "parte de forças militares armadas, estrangeiras". "E ainda andam a pedir ao povo que vote neles", sublinhou Braima Camará.
O atual Presidente guineense, José Mário Vaz, e o antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, ambos candidatos às eleições presidenciais de 24 de novembro, são, entre outros, alguns dirigentes que são guardados por soldados da força de interposição de países da Africa Ocidental (ECOMIB).
"General do Povo"
Prestes a completar 47 anos a 23 deste mês, Umaro Embaló, que se apresenta como general do povo - dada a sua condição de general na reserva - disse que, se for Presidente da Guiné-Bissau, será o único capaz de "conversar de forma franca" com os militares, por ser o único candidato que prestou o serviço militar obrigatório.
"Jurei à bandeira nacional", observou Embaló que quer usar essa condição para promover uma reforma nas Forças Armadas - "uma verdadeira reforma", disse, que não seja tirar uns e colocar outros nas fileiras do Exército, mas sim para dignificar a classe.
O coordenador do MADEM, Braima Camará enfatizou ainda que alguns setores guineenses têm afirmado que Umaro Sissoco Embaló "ainda é novo e que não devia ser candidato à presidência da República".
"Acho que o general Umaro Sissoco Embaló, quase a completar 47 anos, está mais do que preparado", afirmou Camará, estabelecendo um paralelo com o anterior Presidente dos Estados Unidos de América, Barack Obama, nascido em agosto de 1961.
"Barack Hussein Obama, Presidente do país mais poderoso do mundo, quando se apresentou pela primeira vez tinha 44 anos", observou Braima Camará, aludindo à vitória de Obama para o Senado, em 2005, antes da sua eleição para a Casa Branca, em 2008. Camará disse que tem sido esta a resposta que dá aos que consideram Sissoco Embaló "muito novo para o cargo".
Umaro Sissoco Embaló afirmou que o seu compromisso com a Guiné-Bissau "vem de longe", e que agora vai usar da sua influência na arena internacional para angariar apoios que possam ajudar a desenvolver o país, dando total apoio ao Governo para desenvolver verdadeiras reformas que possam contribuir para melhorar a condição de vida dos cidadãos.
O candidato apoiado pelo MADEM diz que não podia ficar indiferente quando se vê que, "nos últimos cinco anos, os valores pelos quais lutaram e morreram os combatentes da liberdade da pátria, estavam a ser profanados". Por se considerar democrata de convicção, Umaro Sissoco Embaló promete respeitar os resultados que vão sair do escrutínio de 24 de novembro.
PAIGC: Unidade e reconciliação nas presidenciais
Também neste sábado (07.09), o presidente e candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) às eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, pediu reconciliação aos guineenses e prometeu promover a unidade nacional.
"Estou aqui como candidato do PAIGC para ser eleito a 24 de novembro Presidente de todos os guineenses, sem discriminação", afirmou Domingos Simões Pereira, no lançamento da sua candidatura no Espaço Verde, em Bissau, perante milhares e apoiantes.
"Temos de nos reconciliar, temos de ser capazes de nos reencontrar e promover a unidade nacional", sublinhou o antigo primeiro-ministro do país, demitido em 2015 pelo atual chefe de Estado, José Mário Vaz, depois de o PAIGC ter ganhado as eleições legislativas de 2014.
No palco, acompanhado por vários membros do atual Governo guineense, incluindo o primeiro-ministro, Aristides Gomes, e por dirigentes do partido, Domingos Simões Pereira prometeu que não vai demitir nenhum Governo, eleito democraticamente pelos guineenses.
"O Presidente deve ser o primeiro a promover consenso, diálogo e entendimento", afirmou.
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Samuel