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Os restos mortais de Robert Mugabe vão ser sepultados no Heroes Acre, monumento reservado aos heróis nacionais e à elite política, anunciou o Governo do Zimbabwe, no início de vários dias de luto pelo antigo Chefe de Estado.
Segundo a Associated Press, Mugabe, que morreu na sexta-feira, aos 95 anos, em Singapura, será sepultado no National Heroes Acre, em Harare, local reservado aos que fizeram grandes sacrifícios durante a guerra contra a minoria branca, que governava o país, e que dedicaram a vida ao desenvolvimento do Zimbabwe, antiga Rodésia.
Leo Mugabe, sobrinho do ex-Presidente e porta-voz da família, citado pela agência Associated Press, adiantou que as datas do funeral e da chegada do corpo ao Zimbabwe ainda não são conhecidas. “Os preparativos ainda não estão fechados”, disse, através de uma mensagem de texto.
Localizado numa colina e projectado com o apoio de arquitectos da Coreia do Norte, o local tem uma ampla vista sobre Harare, é construído em mármore e granito e ostenta uma estátua de bronze de três guerrilheiros combatentes pela independência.
O ex-Presidente, que esteve no poder durante 37 anos, é considerado por muitos como um herói nacional, apesar de décadas de governação que mergulharam o país em grandes dificuldades económicas e com informações de abusos de poder e violações dos direitos humanos. Mugabe foi forçado a deixar o poder pelos militares, em Novembro de 2017.
A bandeira nacional está a meia haste em todo o país, mas não houve cerimónias públicas a assinalar a morte de Robert Mugabe, que recebeu elogios, sobretudo de membros do seu partido e dos militares.
O jornal "Herald", crítico de Mugabe quando ele foi forçado a renunciar e que expressou apoio à oposição, lançou uma edição comemorativa, elogiando, num editorial, a “sua postura intransigente em relação aos direitos dos africanos”.
Menos elogiosa foi a cobertura do jornal privado "Newsday", que escreveu em título “95 e fora”. “Apesar das suas proezas intelectuais, o fracasso de Mugabe em deixar o poder, quando era hora, foi a sua grande ruína. Em resumo, ele foi um libertador que virou vilão. Os líderes precisam de saber quando traçar a linha”, escreveu o jornal num editorial.
O ex-Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, morreu aos 95 anos, num hospital em Singapura, onde estava a receber tratamento médico há cinco meses, cerca de dois anos após renunciar ao cargo que ocupou durante 37 anos.
fonte: jornaldeangola
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