De visita à Guiné-Bissau, responsáveis da CPLP prometeram
definir programas para "beneficiar o país" após presidenciais. Chefe
da diplomacia guineense agradece papel da comunidade no "desfecho da crise
política".
O ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades
cabo-verdiano e o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) terminaram este sábado (14.09) uma visita à Guiné-Bissau.
Após três dias de contactos com as autoridades guineenses, ficam registadas as
promessas de apoio e assinaturas de acordos.
A convite da sua homóloga da Guiné-Bissau, Luís Filipe
Tavares, chefe da diplomacia de Cabo Verde, que detém a presidência da CPLP,
está desde quinta-feira na capital guineense, acompanhado do
Secretário-Executivo da organização, Francisco Ribeiro Telles.
Trata-se da primeira deslocação de um governante
cabo-verdiano à Guiné-Bissau, depois das eleições legislativas de março, que
marca o início da "retoma à normalidade política", deixando para trás
uma longa crise, segundo as autoridades guineenses.
Em conferência de imprensa com a ministra guineense dos
Negócios Estrangeiros, o governante cabo-verdiano garantiu, em nome da CPLP, o
apoio da organização a vários projetos na Guiné-Bissau, mas há uma condição,
diz Luís Filipe Tavares: "Tem de haver paz e estabilidade, em primeiro
lugar".
"Nesta fase, estamos a apoiar o processo político, que
vai culminar com a realização das próximas eleições do dia 24 de novembro,
eleições presidenciais fundamentais. Estamos a fechar um ciclo político
importante na Guiné-Bissau e depois vamos trabalhar com as autoridades num
clima sereno de paz e de tranquilidade para definirmos programas e projetos que
possam beneficiar o país", disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros de
Cabo Verde, em nome da presidência da CPLP.
Por sua vez, a Ministra dos Negócios Estrangeiros e das
Comunidades da Guiné-Bissau, Suzy Barbosa, enalteceu o papel da CPLP na
estabilização do país e agradeceu ao secretário-executivo pelo papel
"determinante" da comunidade "para o desfecho da crise política
que a Guiné-Bissau estava a viver" e "para a formação inclusiva deste
Governo".
Nova etapa nas relações bilaterais
A visita de Luís Filipe Tavares vai ter também resultados no
âmbito bilateral, com a assinatura de um acordo que visa a integração completa
dos guineenses em Cabo Verde e de cabo-verdianos na Guiné-Bissau.
"Esta visita é o início de uma nova etapa nas relações
entre os dois países. Com esta visita decidimos que vai ser assinado um acordo
que prevê um tratamento especial específico aos residentes guineenses em Cabo
Verde. Esse tratamento será recíproco", afirmou a ministra dos Negócios
Estrangeiro guineense, Susy Barbosa, referindo-se ao seu homólogo
cabo-verdiano.
"Com a comunidade guineense em Cabo Verde, sabemos que
há problemas com a documentação e já chegámos a um acordo, em como devemos
assinar um acordo, para podermos resolver, em definitivo, este problema que
existe", adiantou, por sua vez, Luís Filipe Tavares.
Mobilidade é "crucial", defente presidente da CPLP
"Fazemo-lo com muita responsabilidade, na certeza de
que, entre nós, dois povos irmãos, devemos ter um tratamento especial, nas
questões que dizem respeito as migrações entre os nossos países, nós temos que
trabalhar para uma completa integração dos guineenses em Cabo Verde e de
cabo-verdianos na Guiné-Bissau", frisou.
Sede da CPLP em Bissau?
O ministro dos Negócios Estrangeiro de Cabo Verde salientou
também que os dois países deverão assinar um acordo para relançar a cooperação
no setor da defesa.
Para as eleições presidenciais de 24 de novembro na
Guiné-Bissau, além do apoio financeiro, a CPLP já fez saber que vai participar
com observadores eleitorais. mas falta ainda a definição do número dos
elementos que farão parte da equipa.
A essa garantia junta-se também a possibilidade de a
organização acompanhar de perto os assuntos da Guiné-Bissau, com a fixação de
uma representação permanente da CPLP no país, uma possibilidade que está em
cima da mesa, segundo Luís Filipe Tavares.
"Queremos restabelecer a comissão permanente da CPLP na
Guiné-Bissau. Tenho o aval do primeiro-ministro [Aristides Gomes] para o
estabelecimento de uma sede da CPLP em Bissau", anunciou Susy Barbosa.
fonte: DW África
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel