NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O primeiro-ministro guineense aponta a realização de manifestações não
autorizadas como uma das "ameaças" à estabilização do país, após a morte
de um cidadão em protesto. Comité de sanções da ONU vai avaliar
situação.
fonte: DW Africa
Aristides Gomes, primeiro-ministro da Guiné-Bissau
Na Guiné-Bissau, o primeiro-ministro Aristides Gomes disse este
domingo (27.10) que há "ameaças sérias" para a estabilização do país e
criticou a posição do Presidente da República, José Mário Vaz, que acusa
o Governo de não servir os interesses do país.
"Estamos face a
ameaças muito sérias para a estabilização do nosso país. Temos dois
fatores que concorrem para o objetivo que seria parar o processo
conducente à realização das eleições" presidenciais, marcadas para 24 de
novembro, afirmou Gomes, que falava em conferência de imprensa na sua
residência oficial, em Bissau.
O chefe do Governo guineense
apontou como primeira "ameaça" o alegado áudio do candidato às
presidenciais Umaro Sissoco Embaló, que o levou a denunciar uma
tentativa de golpe de Estado.
Neste áudio, segundo Aristides
Gomes, há palavras chaves, nomeadamente "golpe de Estado" e "prisão do
primeiro-ministro e membros do Governo".
Manifestações não autorizadas
O
segundo fator, de acordo com o primeiro-ministro, é a tentativa de
realizar manifestações não autorizadas para que o vandalismo tenha
lugar. No último sábado (26.10), um protesto não autorizado pelo
Ministério do Interior e disperso pelas forças de segurança resultou em dois feridos e um morto.
No entanto, o Governo afirma que o manifestante não morreu no local, nem devido a confrontos físicos com as forças de segurança.
"O
objetivo é criar uma situação sombria para o país para justificar a
interrupção do processo para a realização de eleições", salientou. "Por
isso, é que o Presidente, como alguém que está implicado diretamente
neste processo, nesta ação sombria, tem um discurso, uma narrativa, que
precipita a criação dessa situação sombria", frisou Aristides Gomes.
"Governo não está a servir os interesses do país"
Ainda no sábado, o Presidente José Mário Vaz disse que a repressão do protesto agrava a discórdia e as desconfianças sobre o processo eleitoral e que o Governo não está a servir os interesses do país.
Entretanto,
Aristides Gomes disse que o Presidente "não permite ao Governo
explicar-se, não permite ao Governo fazer inquérito, nem sequer pede que
um inquérito seja realizado, e decide imediatamente que tudo é da
responsabilidade do Governo".
"Horas
depois de ter feito uma reunião com os atores que quiseram fazer uma
manifestação sem autorização, que estavam a violar a lei, o Presidente
faz uma reunião com eles e logo a seguir faz uma declaração a culpar o
Governo sem que um inquérito tenha tido lugar", acrescentou.
Para
Aristides Gomes, há uma "estratégia previamente concebida e há um
julgamento sumário em que o Governo deveria ser executado" sem ser
ouvido. "Estas circunstâncias são gravíssimas e nunca as vimos na
história da democracia do país", salientou.
O primeiro-ministro
garantiu que o Governo está vigilante em "relação à estratégia de
demolição, à estratégia de criar uma zona sombria para o país, às ações
para organizar uma destruição pensada das coisas".
Inquérito
Os
organizadores do protesto de sábado pediram à Procuradoria-Geral da
República (PGR) e às Nações Unidas a abertura de um inquérito para
investigar a morte do manifestante.
O presidente do comité de
sanções para a Guiné-Bissau do Conselho de Segurança das Nações Unidas
chegou este domnigo (27.10) a Bissau para avaliar a situação política no
país.
Em comunicado enviado à imprensa, a Missão Integrada da
ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) refere que o
embaixador Anatólio Ndong Mba vai permanecer no país até quarta-feira.
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