Foto: wikimedia.org
Há exatos 40 anos chegava ao fim uma das principais guerras
imperialistas do século passado. Em 30 de abril de 1975, os vietnamitas
finalmente colocavam um ponto final na guerra de ocupação contra seu país e
impunham aos EUA uma derrota histórica marcante e que abriu caminho para outros
enfrentamentos anti-imperialistas.
Com a reputação arranhada, - não apenas por perderem uma guerra pela
primeira vez, mas também pelas técnicas desumanas que utilizaram, em vão, para
conseguir dominar a nação asiática - os estadunidenses foram derrotados e
saíram às pressas de Saigon.
A maior potência bélica do mundo gastou mais de 200 bilhões de dólares e
chegou a enviar 550 mil soldados para a Guerra do Vietnã.
Com boa parte da opinião pública internacional contrária ao conflito e
com grande parte dos norte-americanos considerando a morte de seus compatriotas
totalmente sem sentido, o então presidente do país, Richard Nixon, foi obrigado
a bater em retirada e seus planos de combate ao comunismo na região, foram
derrotados. A agressão, que foi o método utilizado para viabilizar estes planos,
provocou a morte de mais de 1 milhão de vietnamitas e de 60 mil estadunidenses.
Com a vitória, o Vietnã encerrou um longo período de ingerência
belicista em seu território. Embora os combates tenham se iniciado por volta de
1957, os vietnamitas já vinham sofrendo, há décadas, com os desmandos de
potências ocidentais. Em 1883 a região, na época conhecida como Indochina
(Vietnã, Laos e Camboja), caiu sob domínio do colonialismo francês. Esta
exploração foi interrompida durante a Segunda Guerra Mundial, quando, entre
1941 e 1945, o Japão assumiu o papel de subjugar a população local em prol de
interesses próprios. O fim da beligerância global deu a falsa impressão aos
franceses de que poderiam seguir com seu domínio. Esse ledo engano deu origem à Guerra da Indochina, embrião da Guerra do Vietnã.
Quando em 1954, influenciados pela busca por soberania e liberdade, os
vietnamitas conseguiram se livrar da França, viram o país ser dividido na
Conferência de Genebra. O Norte, liderado pelo histórico líder comunista Ho Chi
Minh e o Sul sob a influência capitalista dos EUA, mais um dos
muitos efeitos da Guerra Fria.
A proposta inicial previa que dois anos depois, em 1956, eleições fossem
realizadas e o país fosse reunificado. No entanto, influenciado pelos
estadunidenses, o governo da região Sul descumpriu o acordo, dando origem a uma
série de combates.
A ideia norte-americana, em especial de Robert McNamara, secretário de
Defesa dos Estados Unidos durante os governos de John Kennedy (1961 - 1963) e Lyndon Johnson (1963
- 1969), era de que se os comunistas vencessem as eleições no Vietnã, logo o
comunismo tomaria forma em toda a Ásia, o que era inadmissível na estratégia
estadunidense e justificava, para eles, uma guerra destas proporções.
No início da década de 1960, percebendo que apenas dinheiro e armamento
não seriam suficientes para que a região Sul vencesse os conflitos internos, os
EUA intensificaram o envio de soldados, os bombardeios ao lado Norte e até
passaram a utilizar armas químicas, cujo efeito devastador é sentido até hoje
no Vietnã.
Nada disso foi suficiente. Os bravos vietcongs, como ficaram conhecidos
os combatentes vietnamitas, conseguiram libertar o país, mesmo com menor
poderio bélico, utilizando técnicas de guerrilha. Depois de encurralar as
forças estadunidenses e da fuga de seus aliados do Vietnã do Sul, organizaram
uma grande ofensiva, marcharam em Saigon e rebatizaram a cidade para Ho Chi
Minh. Um ano depois, finalmente, a nação foi reunificada, transformando-se (e
mantendo até hoje) em um país socialista.
Da redação do Portal Vermelho
In Pátria Latina
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Samuel